Oposição consegue prolongar sessão de votação da Previdência na CCJ da Câmara

Mais cedo, líderes de partidos do centrão firmaram acordo que retira pontos polêmicos da proposta, mas oposição conseguiu prolongar a sessão
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL) fechou acordo com líderes do centrão para aprovar a Previdência


A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deveria votar nesta terça-feira (23) o parecer do relator da reforma da Previdência, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL). O objetivo da sessão era permitir que os parlamentares analisem se a proposta está de acordo com a Constituição. A oposição, ´porém, conseguiu prolongar a sessão, impedindo que a votação começasse.

Para conseguir a aprovação da nova Previdência , uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e líderes dos partidos do chamado centrão aconteceu horas antes do início da sessão. No encontro, foi fechado um acordo para a retirada de quatro pontos da reforma , que eram duramente criticados pelos parlamentares.

Com o acordo, confirmado por Freitas e pelo por Augusto Coutinho (PB), líder do Solidariedade, partido que faz parte do centrão, o governo espera ter pelo menos 42 votos favoráveis de um total de 66. Assim, a tendência é que a proposta de  reforma da Previdência seja aprovada ainda hoje.

Apenas os partidos de oposição , como PT, PSOL, PCdoB, PSB e PDT, não entraram nesse acordo. Desde o início da sessão, os parlamentares opositores estão apresentandando uma série de questões de ordem e requerimentos para tentar adiar a votação do parecer, alegando que  o governo não abriu os números do impacto fiscal causado pela reforma.

Ânimos alterados

Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Felipe Francischini (PSL), presidente da CCJ, chegou a ser criticado por não ter evitado tumultos nas sessões anteriores

Para colocar ordem na sessão, o presidente da CCJ, Felipe Franscischini (PSL), limitou o tempo de fala dos oposicionistas e ameaçou não ligar o microfone porque "todos gritavam ao mesmo tempo". "Quem tem razão não berra, faz a palavra de ordem. Se houver um grito, eu corto a palavra", rebateu o deputado.

Francischini chegou a ser criticado por parlamentares do centrão por não ter conseguido evitar tumultos nas sessões anteriores para discutir a reforma da Previdência, patrocinada principalmente por deputadas da oposição. Desta vez, o presidente foi mais duro ao enfrentar as manobras regimentais.

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A um princípio de tumulto durante a votação de requerimento para inversão dos trabalhos, Francischini reagiu: "Se quiserem, podem bater boca lá fora, está liberado".  

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