A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deveria votar nesta terça-feira (23) o parecer do relator da reforma da Previdência, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL). O objetivo da sessão era permitir que os parlamentares analisem se a proposta está de acordo com a Constituição. A oposição, ´porém, conseguiu prolongar a sessão, impedindo que a votação começasse.
Para conseguir a aprovação da nova Previdência , uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e líderes dos partidos do chamado centrão aconteceu horas antes do início da sessão. No encontro, foi fechado um acordo para a retirada de quatro pontos da reforma , que eram duramente criticados pelos parlamentares.
Com o acordo, confirmado por Freitas e pelo por Augusto Coutinho (PB), líder do Solidariedade, partido que faz parte do centrão, o governo espera ter pelo menos 42 votos favoráveis de um total de 66. Assim, a tendência é que a proposta de reforma da Previdência seja aprovada ainda hoje.
Apenas os partidos de oposição , como PT, PSOL, PCdoB, PSB e PDT, não entraram nesse acordo. Desde o início da sessão, os parlamentares opositores estão apresentandando uma série de questões de ordem e requerimentos para tentar adiar a votação do parecer, alegando que o governo não abriu os números do impacto fiscal causado pela reforma.
Ânimos alterados
Para colocar ordem na sessão, o presidente da CCJ, Felipe Franscischini (PSL), limitou o tempo de fala dos oposicionistas e ameaçou não ligar o microfone porque "todos gritavam ao mesmo tempo". "Quem tem razão não berra, faz a palavra de ordem. Se houver um grito, eu corto a palavra", rebateu o deputado.
Francischini chegou a ser criticado por parlamentares do centrão por não ter conseguido evitar tumultos nas sessões anteriores para discutir a reforma da Previdência, patrocinada principalmente por deputadas da oposição. Desta vez, o presidente foi mais duro ao enfrentar as manobras regimentais.
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A um princípio de tumulto durante a votação de requerimento para inversão dos trabalhos, Francischini reagiu: "Se quiserem, podem bater boca lá fora, está liberado".