O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou, nesta segunda-feira (22), a decisão do governo federal de tornar sigilosos os estudos realizados para construir o texto da reforma da Previdência. Segundo ele, a medida pode não ter sido boa.
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"Não sei se foi a melhor decisão, mas quando a reforma chegar na comissão especial não tem jeito", disse, acrescentando que o sigilo da Previdência
foi algo "de curto prazo". "Os dados vão estar abertos, senão não tem como começar a trabalhar", completou.
Maia também comentou o atraso da votação da nova Previdência na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), que foi adiada para terça-feira (23) após uma sessão tumultuada na semana passada . De acordo com o presidente, o processo deve ser finalizado amanhã. "Acho que amanhã vai passar e a gente vai terminar este processo na CCJ, que levou tempo demais, infelizmente. A partir da semana que vem, a gente começa o trabalho na comissão especial", declarou. "Está bem encaminhado e tem mais apoio do que no passado."
"A Câmara precisa entender que há uma grande crise fiscal. O custo previdenciário é muito alto e aumenta rapidamente. Se não tiver uma solução para a previdência, certamente não terá uma solução de investimento para o Brasil nos próximos anos", continuou.
Sobre a lentidão no processo, o presidente da Câmara dos Deputados disse que a reforma na Previdência divide a sociedade porque é “um tema polêmico”. " A reforma tributária unifica a sociedade e divide a Federação, já que os interesses por uma boa reforma tributária precisa reorganizar as atribuições de cada um dos entes no sistema para que a gente possa ter de fato um sistema mais simples", disse.
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Além da reformada Previdência , Rodrigo Maia diz que a Câmara também deve seguir com a reforma tributária e outros temas importantes para a economia brasileira. " A gente pode avançar o licenciamento ambiental, coisas como a relação CADE e Banco Central, que é muito importante para destravar alguns conflitos, a própria autonomia do Banco Central", explicou. "Tem muitas pautas que podem tramitar independentes das pautas de emendas constitucionais que vão ajudando o ambiente econômico. São coisas assim que a gente vai trabalhando enquanto, de forma paralela, a gente trabalha as grandes reformas."