O novo valor do diesel, segundo Roberto Castello Branco, corresponde a uma variação mínima de 4,8% e máxima de 5,1%
Tânia Rêgo/Agência Brasil
O novo valor do diesel, segundo Roberto Castello Branco, corresponde a uma variação mínima de 4,8% e máxima de 5,1%

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciou uma alta de R$ 0,10 no litro do óleo diesel a partir de amanhã (18). O reajuste foi confirmado nesta quarta-feira (17), em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.

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O novo valor, segundo Castello Branco, corresponde a uma variação mínima de 4,5% e máxima de 5,1% nos pontos de venda da estatal. Com o aumento, o litro do diesel passará a custar R$ 2,2470, quase R$ 0,02 abaixo do que havia sido determinado na semana passada e posteriormente suspenso pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Questionado sobre a periodicidade dos reajustes, o presidente da Petrobras disse que serão flexibilizados "para quando achar importante ter". Castello Branco também afirmou que a empresa não teve prejuízos com a suspensão do reajuste proposto na última quinta-feira (11), uma vez que que havia margem para adiar o aumento do diesel "por alguns dias".

Durante a entrevista, o executivo também defendeu a abertura do mercado de combustíveis no País. “O monopólio é incompatível com a sociedade livre. Não é bom para economia e nem para o monopolista. Queremos competição, quero a Petrobras mais forte e pronta para competir”, afirmou.

Impactos do adiamento

O reajuste suspenso visava recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras; agora, defasagem chega a R$ 0,16
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O reajuste suspenso visava recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras; agora, defasagem chega a R$ 0,16

A Petrobras já deixou de arrecadar cerca de R$ 91 milhões  desde a última sexta-feira (12), quando o reajuste de 5,7% no preço do diesel nas refinarias foi suspenso a pedido de Bolsonaro. O cálculo foi feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), levando em consideração a diferença entre o custo de importação do derivado e o cobrado pela estatal no mercado interno.

Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, a defasagem do diesel aumentou ainda mais nos últimos dias com o avanço das cotações do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar, que influenciam o preço do combustível importado. Na quinta-feira (11), o barril do tipo Brent era cotado em US$ 70,83; hoje, já alcança US$ 72,12. No período, o dólar subiu de R$ 3,86 para R$ 3,93.

Segundo os cálculos da Abicom, o reajuste suspenso tinha como objetivo recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras. Agora, a defasagem no preço chega a R$ 0,16, provocando perdas. "O preço vem subindo no mercado internacional. A Petrobras não suporta esses aumentos sem repassar. Isso vai se reverter em prejuízos para a companhia", avalia Araujo.

Na terça-feira (16), os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declararam que  caberá à Petrobras decidir o reajuste do diesel . Roberto Castello Branco, por sua vez, vem argumentando que a empresa possui instrumentos financeiros de proteção capazes de amortecer as perdas com a defasagem no preço dos combustíveis por um certo período.

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