O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), questionou a sustentabilidade da decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de impedir a alta de preços do óleo diesel na última sexta-feira (12). O parlamentar também contestou a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, caso sua política econômica liberal fosse alterada. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo .
“Bolsonaro vai sustentar um subsídio do diesel ? Tem preços internacionais. O presidente Michel [Temer], quando fez subsídio, faltavam seis meses para acabar o governo e custou R$ 10 bilhões. Bolsonaro tem três anos e nove meses. Vai sustentar um subsídio do óleo diesel?", pontuou. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (15) durante o Fórum Exame de 100 Dias do Governo .
Na última quinta-feira (11), Bolsonaro ordenou que o presidente da Petrobras , Roberto Castello Branco, cancelasse o aumento do combustível horas depois de a medida ter sido divulgada. Segundo o governo, a intervenção foi feita pelo receio de que uma nova greve de caminhoneiros aconteça. No dia seguinte, a estatal perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado .
Na visão de Maia, interferir em um mercado que se baseia nos preços praticados internacionalmente pode gerar prejuízos muito maiores do que simplesmente não interceder. “A solução que parece melhor no curto [prazo], todos vão pagar a conta, inclusive os caminhoneiros. As consequências de intervenção de governo liberal numa empresa de capital aberto não terá consequência boa para ninguém”, opinou.
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O deputado ainda afirmou que Bolsonaro não se converteu ao liberalismo, apenas fez uma aliança com os liberais por meio de Guedes, seu "fiador". “Se ele vai mudar essa política, passa a ter o risco de um segundo problema: como fica o ministro Paulo Guedes
no meio de uma política intervencionista, ele sendo um dos maiores liberais que o Brasil tem?", questionou.