As contas do governo fecharam o ano de 2018 com rombo de R$ 120, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (29). Desde 2014, os gastos apresentam resultados negativos, ou seja: esse é o quinto ano consecutivo em que as contas públicas terminam no vermelho.
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De acordo com a Secretaria, o défict primário de R$ 120,258 bilhões nas contas do governo equivale a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de bens e serviços produzidos pelo Brasil - do ano passado. Para calcular esse valor, observa-se que os gastos do governo federal no ano passado foram maiores do que as receitas com impostos e tributos arrecadados.
Mesmo com valor alto, o rombo ainda ficou abaixo da meta imposta para o ano passado. O Tesouro Nacional informou que, m 2018, o governo estava autorizado pelo Congresso Nacional a ter um déficit primário de até R$ 159 bilhões - sendo assim, o resultado negativo ficou R$ 38,7 bilhões abaixo do limite.
O Prisma Fiscal, pesquisa do Ministério da Economia divulgada mensalmente também esperava um resultado pior: nos relatórios, as instituições financeiras esperavam rombo de R$ 126,062 bilhões para o ano passado.
Mesmo no quinto ano seguido de rombo, o resultado de 2018 foi o melhor desde 2014. Em 2014, que foi o pior ano de todas as cinco medições, o rombo tinha chegado a R$ 23,482 bilhões.
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As contas também consideram o resultado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que em 2018 a registrou rombo de R$ 195,197 bilhões. Em 2017, a previdência ficou com resultado negativo foi de R$ 182,450 bilhões.
Fatores que influenciaram o rombo nas contas do governo
De acordo com o Tesouro Nacional, três fatores contribuíram para a diminuição do déficit no ano passado. O primeiro foi a receita líquida ter vindo R$ 5,9 bilhões acima do projetado, influenciada pelo pagamento de renegociações de dívidas com a União e pelo crescimento das receitas com royalties de petróleo.
O segundo fator foi a execução da despesa ter ficado R$ 32,8 bilhões abaixo do programado (principalmente pelo represamento de R$ 7,7 bilhões de recursos em ministérios, que ficaram aprisionados por problemas de gestão, não sendo possível gastá-los).
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Outro fator que ajudou na diminuição do rombo das contas do governo foi a subvenção do diesel. Introduzido após a greve dos caminhoneiros, esse gasto consumiu R$ 5,7 bilhões em 2018, diferença de R$ 6,4 bilhões em relação ao valor original de R$ 12,1 bilhões.
*Com informações da Agência Brasil