Desigualdade entre mais ricos e pobres cresceu no mundo em 2018, calcula ONG
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Desigualdade entre mais ricos e pobres cresceu no mundo em 2018, calcula ONG

A desigualdade entre os mais ricos e a metade mais pobre da população mundial cresceu em 2018, informa a Organização Não Governamental (ONG) britânica Oxfam. Segundo o estudo, a fortuna dos bilionários aumentou 12% em 2018 (cerca de US$ 900 bilhões), ou US$ 2,5 bilhões por dia, enquanto os 50% mais pobres do mundo (cerca de 3,8 bilhões de pessoas) viram sua riqueza ser reduzida em 11% no ano passado.

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A divulgação, denominada "Bem Público ou Riqueza Privada?", que foi lançado às vésperas do Fórum Econômico Mundial de Davos, informa que o número de bilionários no mundo quase dobrou desde a crise financeira que se acentuou no ano de 2008, passando de 1.125 para 2.208 no período de dez anos, reiterando que isso afetou os mais pobres e aumentou a desigualdade mundial.

O relatório cita dados da Forbes,  que indicam que o Brasil tinha o total de 42 bilionários em 2018, e estes somavam a riqueza total de US$ 176,4 bilhões.

Segundo a ONG, taxar em 0,5% a riqueza dos bilionários que fazem parte do 1% mais rico do planeta arrecadaria mais do que o suficiente para colocar cerca de 262 milhões de crianças que hoje não estudam, em uma escola. Também seria possível, segundo o relatório, garantir serviços de saúde que poderiam salvar a vida de mais de 3 milhões de pessoas.

"Ao não taxarem apropriadamente os muito ricos e grandes corporações, e por terem dificuldades orçamentárias para investir adequadamente em serviços públicos como saúde e educação, os governos estão contribuindo para aumentar as desigualdades, prejudicando milhões de pessoas que vivem na pobreza, principalmente as mulheres", afirma a ONG.

De acordo com a Oxfam , os cálculos tem como base os dados de riqueza global do Credit Suisse, e a riqueza dos bilionários foi calculada novamente a partir da revista Forbes , usando a lista de bilionários elaborada por ela periodicamente.

Segundo um estudo realizado pela própria Oxfam , divulgado no final do ano passado, a desigualdade de renda no Brasil parou de cair após 15 anos, e o número de pobres cresceu em 2017.

“Os governos precisam entender que investir em serviços públicos é fundamental para enfrentar as desigualdades e vencer a pobreza . E para isso é necessário que os mais ricos e as grandes corporações contribuam de maneira mais justa", afirma a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, destacando que os 10% mais pobres do País pagam proporcionalmente mais impostos do que os 10% mais ricos.

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O relatório corrobora pesquisas recentes que indicam que o crescimento das grandes fortunas afeta diretamente os mais pobres, aumentando a distância entre os grupos. No Brasil, 2017 foi o primeiro ano em 15 anos em que a desigualdade de renda aumentou.

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