Analistas do mercado financeiro aumentaram a previsão de crescimento da economia brasileira em 2019, de acordo com dados do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (11). O relatório também elevou a estimativa para a taxa de inflação deste ano.
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Segundo a publicação, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - que mede todos os bens e serviços produzidos pelo País - passou de 2,53% para 2,57% no final de 2019. Já a expectativa da inflação
passou de 4,01%, na semana passada, para 4,02%.
Para os próximos três anos (ou seja, em 2020, 2021 e 2022), espera-se que o PIB do Brasil fique em 2,50%. Para o IPCA, a expectativa é de que atinja 4% em 2020 e 3,75% em 2021 e 2022.
A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, continua abaixo da meta de inflação estipulada pelo Banco Central para este ano, que é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
Na última sexta-feira (11), o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que fazer reformas e ajustes estruturais na economia brasileira são medidas "essenciais" para manter a inflação baixa no País.
De acordo com ele, essas medidas, além de combater a inflação, devem segurar também as taxas de juros e auxiliar na recuperação econômica. “Manter o controle da inflação é um trabalho contínuo, sabendo que reformas e ajustes necessários à economia brasileira são essenciais para manter a inflação baixa no médio e no longo prazos, para a queda estrutural das taxas de juros e para a recuperação sustentável da economia”, disse.
Inflação mais baixa em 2018 foi impulsionada pelos setores de habitação, transportes e alimentos
O IPCA fechou o ano de 2018 em 3,75% . A informação foi divulgada na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado de 3,75%, o índice cumpriu, com folga, a meta estipulada pelo BC, que era de 4,5% com intervalo de tolerância entre 3% e 6%. Em 2017, o índice ficou em 2,95%. Ele também ficou próximo da previsão dos analistas do mercado financeiro, que projetaram de uma inflação de 3,69% no último relatório Boletim Focus do ano.
De acordo com o IBGE, a inflação de 2018 foi diretamente influenciada pelos preços de produtos e serviços de habitação (alta de 4,72%), transportes (alta de 4,19%) e alimentos e bebidas (alta de 4,04%). Juntos, eles somam variação de 2,49 pontos percentuais (p.p), ou seja, foram responsáveis por 66% do IPCA do ano.