Quem utiliza mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos recebe uma oferta de parcelamento
Marcos Santos/USP Imagens
Quem utiliza mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos recebe uma oferta de parcelamento

Os consumidores que usaram o cheque especial ou caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em novembro. O primeiro subiu 5,3 pontos percentuais em relação a outubro, chegando a 305,7% ao ano; o segundo, por sua vez, saltou de 275,7% para 279,8%. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central (BC).

Leia também: Como aproveitar os descontos praticados após o Natal? Procon dá dicas

Vale lembrar que as regras do cheque especial mudaram em julho. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber uma oferta de parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.

A taxa do rotativo do cartão corresponde a uma média calculada pelo BC, que se baseia nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. Para os primeiros, que pagam pelo menos o valor mínimo da fatura em dia, a taxa chegou a 255,6% ao ano em novembro, um aumento de 2,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Já os juros cobrados aos inadimplentes subiu 5,7 pontos percentuais, indo para 296,8%.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho deste ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.

Não vale a pena

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as oferecidas pelos bancos
Torange-PT/Creative Commons
As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as oferecidas pelos bancos

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa e chegou 122,9% ao ano em novembro, com redução de 3,1 pontos percentuais na comparação com o mês anterior.

Leia também: Após calote de Cuba, Brasil suspende seguro de crédito a novas exportações

A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) chegou a 24,3% ao ano, permanecendo estável em relação a outubro. A taxa média de juros para as famílias caiu 0,3 ponto percentual, para 51,6% ao ano, enquanto o valor médio para empresas caiu 0,1 ponto percentual, atingindo 20,3% ao ano.

Você viu?

Inadimplência

No caso do crédito direcionado, os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual, para 7,7% ao ano
Reprodução
No caso do crédito direcionado, os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual, para 7,7% ao ano

A inadimplência do crédito, considerados apenas os atrasos acima de 90 dias e para pessoas físicas, chegou a 4,8% em novembro, com redução de 0,1 ponto percentual frente a outubro. No caso das pessoas jurídicas, houve recuo de 0,1 ponto percentual, indo para 3%. Os dados correspondem ao crédito livre, modalidade em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

Leia também: Mais de 20% dos brasileiros das classes C, D e E extrapolam nos gastos de Natal

No caso do crédito direcionado, relativo a empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura, os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual, chegando a 7,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,5 ponto percentual, para 9,2% ao ano. A inadimplência tanto das pessoas físicas quanto das empresas caiu 0,1 ponto percentual e chegou a 1,6% e 2%, respectivamente.

Projeções para 2019

Para pessoas físicas, a estimativa é de alta de 7% nos empréstimos, em linha com a aceleração do consumo das famílias
Shutterstock
Para pessoas físicas, a estimativa é de alta de 7% nos empréstimos, em linha com a aceleração do consumo das famílias

Para próximo ano, o BC espera um maior crescimento, de 6%, do saldo do crédito. No segmento de pessoas físicas, a estimativa é de alta de 7% no estoque de empréstimos, “em linha com a aceleração do consumo das famílias”, segundo o Relatório de Inflação divulgado no último dia 20.

Para pessoas jurídicas, a projeção é de expansão de 5%, “influenciada, entre outros fatores, pela continuidade do processo de captação de recursos por parte das empresas nos mercados externo e de capitais, em substituição aos recursos do SFN [Sistema Financeiro Nacional]”.

Leia também: Privatizações e reformas estruturais devem dar o tom ao governo Bolsonaro

A carteira de crédito livre deve crescer 10,5% e os empréstimos do segmento direcionado, 1%.


*Com informações da Agência Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!