Arrecadação Federal cresceu em outubro e chegou a R$ 131,880 bilhões, maior valor para o mês desde 2016
iStock
Arrecadação Federal cresceu em outubro e chegou a R$ 131,880 bilhões, maior valor para o mês desde 2016

A arrecadação de impostos e contribuições federais teve alta real (acima da inflação) de 4,12% em outubro, chegando a R$ 131,880 bilhões, no maior valor para o mês em dois anos, segundo divulgou a Secretaria da Receita Federal nesta terça-feira (27).

No mesmo mês do ano passado, a arrecadação federal foi de R$ 126,664 bilhões (valor corrigido pela inflação), enquanto, em outubro 2016, o valor havia sido de R$ 159,784 bilhões, em função da receita extraordinária da  repatriação de recursos do exterior, superior a R$ 45 bilhões.

Segundo a Receita, o mês de outubro foi o décimo segundo consecutivo em que a arrecadação federal teve crescimento acima da inflação superior ao do mesmo período do ano anterior.

O resultado da arrecadação federal veio dentro das expectativas de instituições financeiras ouvidas pelo Broadcast Projeções, da Agência Estado , que iam de R$ 110,942 bilhões a R$ 136 bilhões.

Acumulado da arrecadação federal no ano e principais fatores

Royalties do Petróleo ajudaram a alavancar a arrecadação federal no acumulado de janeiro a outubro deste ano
Agência Petrobras
Royalties do Petróleo ajudaram a alavancar a arrecadação federal no acumulado de janeiro a outubro deste ano

Na soma dos 10 primeiros meses de 2018, a arrecadação total chegou a R$ 1,196 trilhão, com crescimento acima da inflação de 5,98% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados oficiais, foi a maior arrecadação para o período dos dez primeiros meses desde 2014.

A Receita Federal informou, ainda, os principais fatores que alavancaram o crescimento de janeiro a outubro deste ano, citando os  royalties do petróleo e a alta nas receitas com combustíveis. 

Os royalties do petróleo tiveram forte impacto na parcial deste ano, somando R$ 52,468 bilhões, com alta real de 54% frente ao mesmo período de 2017 (R$ 32,804 bilhões). Esse aumento se dá por conta da alta do preço do produto no mercado internacional o aumento da produção interna e a disparada do dólar .

Você viu?

As receitas com combustíveis se devem ao aumento da tributação autorizada no ano passado, que rendeu ao governo R$ 8,96 bilhões a mais em 2018 na comparação com o ano anterior.

Leia também: Preço da gasolina nas bombas cai pela quinta semana consecutiva, indica ANP

Desonerações e meta fiscal

Apesar do aumento da arrecadação, contas do governo devem seguir no vermelho até, pelo menos, 2021
shutterstock
Apesar do aumento da arrecadação, contas do governo devem seguir no vermelho até, pelo menos, 2021

As desonerações concedidas pelo governo levaram a uma renúncia fiscal de R$ 69,263 bilhões entre janeiro e outubro deste ano, acima do registrado no mesmo período de 2017, quando ficou em R$ 67,984 bilhões. Só a desoneração da folha de pagamentos custou R$ 9.216 bilhões no ano até aqui.

O Congresso aprovou em setembro deste ano a reoneração da folha de 39 setores da economia, como exigência do governo para dar o desconto tributário no diesel prometido aos caminhoneiros. Outros 17 setores manterão o benefício até 2020.

O aumento da arrecadação é importante para ajudar o governo a tentar cumprir a meta fiscal , que é o resultado para as contas públicas. Para este ano, a meta é de deficit de até R$ 159 bilhões, sem contar as despesas com juros.

Em 2017, o rombo fiscal foi de R$ 124 bilhões, quarto ano seguido de deficit nas contas públicas e segundo pior resultado da história. O recorde é justamente de 2016, quando o rombo foi de 161,27 bilhões (valor revisado), o que equivale a 2,6% do PIB.

Leia também: Fim de desoneração divide empresários, mas é elogiada por economistas

Apesar de a arrecadação aumentar, a previsão do governo é de que as contas do governo retornem ao azul somente em 2022.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!