O presidente da CNI, Robson de Andrade, reiterou o posicionamento contrário à extinção do Ministério da Indústria: “Precisamos de um ministério com um papel específico
José Cruz/Agência Brasil
O presidente da CNI, Robson de Andrade, reiterou o posicionamento contrário à extinção do Ministério da Indústria: “Precisamos de um ministério com um papel específico"

Nesta terça-feira (30), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestou contra a extinção do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Mais cedo, o economista de Bolsonaro, Paulo Guedes, confirmou a fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria. Guedes é apontado como futuro ministro da Economia no próximo governo.

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O presidente da CNI, Robson de Andrade, reiterou o posicionamento da instituição contra a extinção do Ministério da Indústria . “Tendo em vista a importância do setor industrial para o Brasil, precisamos de um ministério com um papel específico, que não seja atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as contas públicas”, disse Andrade em nota.

Para o presidente, uma indústria forte é o caminho para levar o Brasil para a rota do desenvolvimento econômico e social. “Nenhuma grande economia do mundo abre mão de ter um ministério responsável pela indústria e pelo comércio exterior forte e atuante”. Andrade enfatizou que tirar um ministério específico para o setor é ir na contramão da tendência de países como Inglaterra e Estados Unidos, que, segundo ele, têm reforçado sua política industrial.

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Antes mesmo do segundo turno das eleições, a criação de um “superministério” da Economia já era uma possibilidade prevista no programa de governo do PSL, partido de Jair Bolsonaro . Na ocasião, a CNI manifestou-se contra a ideia. “Os ministérios da Fazenda e do Planejamento desempenham papéis específicos. Quem vai defender as políticas industriais?”, questionou a entidade.

"Superministério" da Economia

Fernando Frazão/Agência Brasil
"O Ministério da Indústria e Comércio já está com a economia. O Ministério da Economia vai ter Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio [Exterior]", declarou Paulo Guedes

Futuro ministro da área econômica do novo governo, Paulo Guedes anunciou que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pretende unificar os ministérios do Planejamento, da Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda e transformá-los em uma só pasta, o Ministério da Economia. A informação foi divulgada nesta terça-feira (30) depois de uma reunião entre Guedes e Bolsonaro no Rio de Janeiro.

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"O Ministério da Indústria e Comércio já está com a economia. O  Ministério da Economia  vai ter Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio [Exterior]", declarou o economista do novo presidente. "A razão [da unificação] é existir uma mesma orientação econômica em tudo isso. Não adianta a turma da receita ir baixando os impostos devagar se a turma da indústria abrir muito rápido. Tem que ser sincronizado", explicou.

A ideia para o novo "Superministério" da Economia já estava presente no plano de governo de Bolsonaro registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na semana passada, porém, durante uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, o presidente eleito recuou e disse que, a pedido de empresários, não uniria as três pastas. Agora, Bolsonaro voltou atrás novamente e confirmou a fusão.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM), anunciado como futuro ministro da Casa Civil, também participou da conversa. Em entrevista a jornalistas, Lorenzoni afirmou que o objetivo do governo é reduzir os atuais 29 ministérios para 15 ou 16. Segundo  Paulo Guedes  acrescentou, a junção das pastas, no entendimento da nova gestão, é importante para dar agilidade às decisões.

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“É evidente que não vamos fazer uma abertura abrupta da economia para fragilizar a indústria brasileira", explicou. "Está havendo uma desindustrialização há mais de 30 anos. Nós vamos justamente retomar o crescimento garantindo juros baixos, com as reformas fiscais e garantindo a desburocratização", concluiu Guedes, que deve assumir o novo Ministério da Economia de Bolsonaro já no próximo ano.


*Com informações da Agência Brasil

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