O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário, apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito ( SPC Brasil ) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) atingiu 51,5 pontos em novembro. O resultado indica um leve recuo no otimismo dos empresários na comparação com outubro, quando o indicador registrou 52,7 pontos e chegou à melhor marca na série histórica, iniciada em 2015.
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A escala do indicador varia de zero a 100, sendo resultados acima de 50 para a prevalência de otimismo entre os micro e pequenos empresários. "Como ocorreu nos meses anteriores, ao pensar sobre o futuro do seu próprio negócio, os empresários mostraram-se muito mais otimistas do que ao avaliar o desempenho da economia como um todo, que ainda é visto como muito negativo nos últimos seis meses", afirmou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
"De todo modo, o número de empresários que têm essa percepção vem caindo ao longo dos meses. Isso reflete o processo de retomada que a economia brasileira começa a esboçar, com a queda da inflação, redução dos juros e com o tímido resultado da atividade esperado para 2017", continuou.
Condições gerais e expectativas
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário é composto por dois componentes: o Indicador de Expectativas, referente as estimativas do empresariado para os próximos seis meses, e o Indicador de Condições Gerais, que mede a avaliação que fizeram dos últimos seis meses. Em novembro deste ano, o Indicador de Expectativas ficou em 60,6 pontos e o Indicador de Condições Gerais em 39,4 pontos.
"Ao longo de todos os meses, a avaliação do passado ficou bem abaixo das expectativas para o futuro. No último mês, mais de 20 pontos separaram a avaliação do passado das perspectivas futuras. Ao longo dos últimos meses, a economia exibiu alguma melhora: os juros e a inflação cederam e atividade começou a se recuperar. Mas nada disso repercutiu de modo significativo no dia a dia do micro e pequeno empresário”, analisa a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti.
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A pesquisa mostrou que, em geral, o micro e pequeno empresário adota uma postura mais positiva ao avaliar o próprio negócio do que as condições da economia do País. Em relação ao diagnóstico dos últimos seis meses, a percepção de desempenho da economia registrou 35,5 pontos. Ao mesmo tempo, a percepção do desempenho dos negócios ficou em 43,3 pontos. As expectativas para os próximos meses, medidas pela dimensão da economia e dos negócios ficou em 55,1 pontos e 66 pontos, respectivamente.
Futuro da economia
Segundo o levantamento, 54% dos empresários consideram que houve uma piora na economia nos últimos seis meses. Em contrapartida, 42% se mostram confiantes com os próximos seis meses. No que diz respeito ao desempenho dos negócios, 39% notaram queda na performance de suas empresas, frente a 60% que se dizem confiantes sobre o futuro.
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Cerca de 44% dos que estão otimistas com a economia não sabem explicar o motivo do sentimento positivo. Outros 24% apontam a melhora de indicadores econômicos e 15% acreditam na resolução da crise política. Como ocorre no caso dos que possuem boas previsões sobre a economia, 30% dos otimistas com o próprio negócio não souberam explicar as razões para tal positividade.
Investimentos na empresa e a boa gestão dos negócios são fatores que auxiliam na empresa, para, respectivamente, 21% e 20% dos entrevistados. O indicador também mostrou que 45% dos micro e pequenos empresários estimam crescimento no faturamento do seu negócio e 40% visam estabilidade. Somente 10% do empresariado projeta queda nas vendas.
Por outro lado, há os que estão pessimistas com o futuro da economia. A questão política ganha destaque, com 41% afirmando preocupação sobre as incertezas que pairam a esfera política atualmente. Entre aqueles que observaram uma piora nos negócios nos últimos seis meses, a queda das vendas é o sintoma mais evidente, com 75%.
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O receio de que a crise econômica permaneça ainda é fonte de pessimismo de 64% dos empresários, que não se sentem confiantes com o futuro de suas companhias. A queda nas vendas é outro fator que tem influenciado na negatividade de 19% do empresariado brasileiro.