Investigação iniciada em 2012 tornou réus os representantes legais da marca de vestuário Gregory – Antonio Matos Duca e Delmira Matos Duca Giovaneli. A grife foi acusada pelo Ministério Público Federal de manter em confecções, trabalhadores vindos da Bolívia, em condições análogas à escrava.

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A grife foi acusada pelo Ministério Público Federal de manter em confecções, trabalhadores vindos da Bolívia, em condições análogas à escrava
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A grife foi acusada pelo Ministério Público Federal de manter em confecções, trabalhadores vindos da Bolívia, em condições análogas à escrava


Segundo acusação do Ministério Público acolhida pela Justiça Federal , em março de 2012 auditores-fiscais do trabalho resgataram 22 trabalhadores que estavam em situação degradante como: jornada exaustiva, atividades forçadas, ou seja, em condições análogas à escrava .

O relatório, que deu embasamento a abertura de processo judicial, denuncia que a Gregory era conivente com o crime ao permitir que seus fornecedores diretos contratassem confecções irregulares para a confecção de peças comercializadas em suas lojas.

Outros envolvidos

Além dos executivos que representam a marca, outras pessoas foram denunciadas, sendo eles: dois bolivianos que administravam uma oficina no Jardim Peri, na zona norte da capital paulista. Cesar Antonio Morales Cardenas e seu pai Jorge Frumencio Morales Mollericon empregavam dez funcionários aliciados na Bolívia, que viviam e trabalhavam no mesmo local, junto com seus filhos.

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A situação dos imigrantes era tão degradante que, segundo o Ministério Público Federal (MPF) uma criança de um mês foi encontrada dormindo em um berço improvisado com caixas de papelão dentro de uma das confecções. Foram denunciados ainda Won Yong Paek, dono de uma das confecções que tinha contrato de exclusividade com a marca e Patricia Su Hyun Há, que era contratada pelo grife, porém quarterizava a produção das peças em confecções ilegais.

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Em nota enviada ao Brasil Econômico , a Gregory afirmou ser contra qualquer tipo de conduta como a apresentada na denúncia. “Em relação à notícia divulgada no site do Ministério Público Federal, sobre recebimento de denúncia contra seus sócios por utilização de trabalho escravo, a Gregory vem informar que repudia toda forma de exploração do trabalho e que seus sócios não tinham conhecimento do recebimento da denúncia na ação penal citada.

Os trabalhadores bolivianos resgatados nunca trabalharam para Gregory , que desconhecia o problema. Eles trabalhavam para oficinas, contratadas por empresas fornecedoras, sem autorização ou conhecimento da Gregory ou de seus sócios.

Essas questões já haviam sido esclarecidas à Polícia Federal e é com espanto que a empresa recebe a notícia do recebimento da denúncia, por meio da imprensa, como, infelizmente, virou costume no Brasil. A empresa aguardará os trâmites regulares do processo e tem certeza da absolvição de seus sócios”.

Crimes

Os seis réus vão responder pelo crime de reduzir os trabalhadores a condições análogas à escrava, conforme disposto no art. 149 do Código Penal. A pena prevista varia entre dois e oito anos de prisão para cada vítima identificada, além do pagamento de multa.

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