Desde o início da Operação Carne Fraca, deflagrada em março, o Brasil registrou queda no volume exportado da carne suína e de frangos. Apesar disso, as receitas tiveram aumento em ambos os casos, segundo informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A operação é responsável por apurar a participação de agentes públicos em um suposto esquema de fraude na fiscalização de alimentos com indícios de adulteração.
Leia também: Metade dos trabalhadores consideram reforma trabalhista ruim ou péssima
Nos primeiros seis meses do ano, o volume exportado de carne suína caiu 2,8%, passando de 353 mil toneladas no ano passado para 243 mil toneladas em 2017. As receitas, por sua vez, subiram de US$ 634 milhões para US$ 815 milhões, registrando alta de 28,5%.
Em relação à carnde de frango, o País comercializou 2,121 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, o que representa uma queda de 6,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram vendidas 2,226 milhões de toneladas. Considerando as receitas alcançadas no período, houve aumento de 5,9%, passando de US$ 3,384 bilhões para US$ 3,583 milhões.
Você viu?
Leia também: Vigilante receberá indenização por trabalhar em local sem condições de higiene
As vendas de ovos, que também entraram na avaliação da ABPA, registraram queda tanto no volume quanto nas receitas. De 7,5 mil toneladas comercializadas nos primeiros seis meses de 2016, o resultado passou para 3,3 mil toneladas no primeiro semestre deste ano, o que representa uma redução de 55%. O faturamento teve queda de 53% e fechou o semestre em US$ 4,7 milhões.
“A menor oferta internacional de produtos, decorrente de diversos fatores – como os focos de influenza aviária [gripe aviária], inclusive, em diversos grandes exportadores – foram determinantes para uma melhora no preço internacional do setor, o que permitiu obter níveis de receita cambial favoráveis, especialmente neste momento em que nossas exportações se reorganizavam após as suspensões dos embarques”, justifica a ABPA por meio de nota.
Leia também: Inadimplência cresce e atinge 59,8 milhões de consumidores no 1º semestre
Ainda de acordo com a associação, além dos resultados relativos à carne suína e de frango , a “boa” oferta de milho e soja colabora com a cadeia agroindustrial: “Diferentemente do ocorrido em 2016, [a oferta de milho e soja] proporciona ao setor, neste ano, melhores condições de competitividade”. A ABPA prevê que, considerando a recuperação da imagem internacional do setor, o segmento terá um crescimento de 1% no volume de carnes comercializadas internacionalmente em 2017, na comparação com o ano anterior.