O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (2) um avanço de 0,6% na produção industrial em abril, se comparado a março e na série com ajuste sazonal. Com isso, o resultado elimina a queda de 1,3% vista anteriormente. No confronto com o mesmo mês do ano passado e na série sem ajuste sazonal o resultado foi negativo, com recuo de 4,5%, registrando assim, a queda mais intensa desde outubro de 2016, quando a baixa foi de 7,5%.
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Em relação aos quatro primeiros meses deste ano, o IBGE evidenciou um decréscimo acumulado de 0,7% no setor industrial. Com a queda de 3, 6% em abril, a taxa anualizada, com o indicador acumulado nos últimos 12 meses, continuou caindo no ritmo de retração iniciado em junho do ano passado, quando a queda foi de 9,7%.
Categorias
O acréscimo de 0,6% da atividade industrial na transição de março para abril foi predominado por registros positivos, uma vez que alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 13 dos 24 ramos pesquisados pelo Instituto. Entre os setores, produtos farmoquímicos e farmacêuticos, veículos automotores, reboques e carrocerias e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foram considerados os principais contribuintes, com altas de 19,8%, 3,4% e 4,9%, respectivamente. Vale lembrar que em março, essas atividades apresentaram quedas de 23,4%, 6,9%, 3,4% e 3,3%.
Outras atividades que influenciaram positivamente o total da indústria foram perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, com 2,4%, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 6,7%, móveis, com 8,8% e produtos diversos, com 7,6%. Em contrapartida, entre os 11 ramos que reduziram a produção mensal, indústrias extrativas foi apontado como o de maior relevância, com queda de 1,4%. Dessa forma, o ramo caiu pelo terceiro mês consecutivo, com queda acumulada de 2,9%.
Ainda na comparação com o terceiro mês do ano, bens intermediários, com 2,1% e bens de consumo duráveis, com 1,9% foram os principais contribuintes para a alta entre as categorias econômicas, revertendo respectivamente, os recuos de 2,5% e 7,2%. Já o segmento de bens de capital registrou crescimento de 1,5%, anulando a queda de 2,2% do mês anterior. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis caiu 0,8%, sendo a única taxa negativa em abril de 2017, completando o terceiro mês consecutivo de recuo na produção, com perda acumulada em 4%.
Média móvel trimestral
No que se diz respeito a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria e na série com ajuste sazonal, a retração foi de 0,2% no trimestre encerrado em abril deste ano frente ao nível do mês anterior, o que manteve o comportamento negativo observado em março, quando o recuo foi de 0,5%.
Bens de consumo semi e não-duráveis foi a categoria econômica que apresentou a queda mais acentuada no período, com retração de 1,3%, contribuindo para o ritmo de queda frente ao observado no mês anterior, quando foi de -0,3%. O setor produtor de bens intermediários decresceu 0,1%. Em sentido contrário, os segmentos de bens de capital e de bens de consumo duráveis apontaram taxas positivas de 1,7% e 0,5%, respectivamente. A primeira interrompendo a trajetória descendente iniciada em novembro do ano passado e a segunda retomando o crescimento após recuar 1,9% em março último.
Comparação anual
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor industrial assinalou redução de 4,5%, com taxas negativas em três das quatro grandes categorias econômicas analisadas pelo Instituto, 18 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 59,4% dos 805 produtos pesquisados.
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Entre as atividades, produtos alimentícios foi a com maior influência negativa, caindo 16,4%. Outras contribuições negativas relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -7,8%, de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com -18,5%, de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com -13,9%, de bebidas, com -9,1%, de produtos de minerais não-metálicos, com -6,6%, de máquinas e equipamentos, com -3,2%, de outros equipamentos de transporte, com -10,1% e de móveis, com -10,3%.
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Em contrapartida, ainda na comparação com abril de 2016, houve crescimento na produção de oito atividades, sendo indústrias extrativas, com 4,4%, metalurgia, com 7,5% e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 9,8%, os destaques positivos.
Bens de consumo semi e não-duráveis por outro lado, apresentou queda de 9,8%, assim como bens de capital, que decresceu 5,5%. O segmento de bens intermediários por sua vez, recuou 3%, porém, com intensidade menor do que a queda de 4,5% da média nacional. O setor produtor bens de consumo duráveis foi a única taxa positiva, com avanço de 0,6%.
A produção de bens de consumo semi e não-duráveis, ao cair 9,8% em abril de 2017, apontou a terceira taxa negativa consecutiva se comparado com igual mês do ano anterior e a perda mais acentuada desde maio de 2015, quando o decréscimo foi de 10,5%. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela retração do grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, com queda de 10,7%. Os subsetores de não-duráveis, carburantes e de semiduráveis também assinalaram resultados negativos nesse mês, com baixas de 10,8%, 14,3% e 2%.
Com recuo de 5,5%, o setor produtor de bens de capital interrompeu cinco meses de taxas positivas consecutivas na comparação com igual mês do ano passado. Na formação do índice desse mês, o segmento foi impactado pelo recuo na maior parte dos seus grupamentos, com destaque para bens de capital para equipamentos de transporte, que caiu 8,6%, pressionado pela menor fabricação de aviões, caminhão-trator e caminhões.
As demais taxas negativas foram observadas em bens de capital para energia elétrica, com queda de 24,4%, fins industriais, com baixa de 11,5% e de uso misto, com decréscimo de 0,4%. Por outro lado, a principal influência positiva evidenciada no grupamento de bens de capital agrícola, com 21%. Bens de capital para construção também obteve crescimento de 14,3%.
O segmento de bens intermediários apresentou queda de 3% em abril deste ano, após avançar 0,7% em março último. O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelas quedas nos produtos associados às atividades de produtos alimentícios, com -22,6%, em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -4,9%, produtos de minerais não-metálicos, com -6,6%, máquinas e equipamentos, com -10,1%, produtos de metal, com -2,9%, produtos de borracha e de material plástico, com -1,9% e de outros produtos químicos, com -0,4%. Já indústrias extrativas, metalurgia, veículos automotores, reboques e carrocerias e celulosa, papel e produtos de papel registram acréscimos de 4,4%, 7,5%, 3,3% e 0,8%, respectivamente.
O crescimento de 0,6% no segmento de bens de consumo duráveis no índice mensal de abril de 2017 foi apontado como o sexto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, mas o menos intenso da sequência. No mês, o setor foi impulsionado em especial pelos avanços na fabricação de automóveis, com 4,6% e de eletrodomésticos da “linha marrom”, com 14,2%. É importante citar também a expansão de 2,5% na produção de motocicletas e os recuos observados nos grupamentos de eletrodomésticos da “linha branca”, com -13,4%, outros eletrodomésticos, com -10,9% e de móveis, com -12%.
Índice acumulado
De acordo com o IBGE, no índice acumulado para janeiro-abril deste ano e em comparação com o mesmo mês de 2016, houve queda de 0,7% no setor industrial, além de decréscimos em duas das quatro grandes categorias econômicas , 12 dos 26 ramos, 39 dos 79 grupos e 49,6% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades com resultados negativos, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi a de maior destaque, com queda de 9,1%, assim como produtos alimentícios , com baixa de 6,2%.
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