Os jovens entre 14 e 23 anos são os mais atingidos pelo desemprego. A constatação foi feita por uma pesquisa realizada pela rede de escolas de informática Microcamp, que apontou que apenas 23,6 das pessoas nesta faixa etária estão empregadas. O mesmo cenário já havia sido revelado por levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em outubro de 2016, que mostrou que enquanto o índice de pessoas sem emprego havia alcançado 11,8% no terceiro trimestre, o parcela de jovens fora do mercado de trabalho chegava a 27,7%.
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A pesquisa da Microcamp foi realizada em dezembro do ano passado, com 1.772 alunos, com idade entre 14 e 40 anos. A maioria (74,3%) tem entre 14 e 23 anos. Para 29,4% dos entrevistados, a situação do mercado é a principal barreira para se conseguir um emprego . Em seguida, estão a falta de experiência e de qualificação profissional, citadas por 29,2% dos alunos que participaram do levantamento.
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Para a gestora de Recursos Humanos da Microcamp, Pollyana Dias, responsável pelo projeto Prepara e Encaminha, que qualifica jovens para o mercado de trabalho, mais que conhecimento técnico, é preciso ter qualificação na área comportamental. "É isso que o mercado está buscando, pessoas com iniciativa, criatividade, boa comunicação, proatividade", avalia. "Quanto mais cedo o jovem desenvolver essas habilidades, maior será sua chance de mudanças comportamentais que os possibilite se colocar no mercado".
Para 88,2% dos entrevistados, iniciativas de órgãos públicos, como prefeituras, aumentariam as chances dos jovens entrarem no mercado de trabalho. A pesquisa também aponta que 42% acham que as empresas deveriam oferecer mais oportunidades para os mais jovens e inexperientes. As opiniões sobre a expectativa de melhora do cenário para os próximos meses estão divididas.
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Enquanto 45,5% afirma que não sabe se haverá melhorá, 41% acredita que sim. No entanto, 40,3% dos entrevistados afirmaram que as reformas propostas pelo governo em busca da retomada econômica ajudariam muito pouco a diminuir o desemprego. Segundo a rede de escolas, a pesquisa serviu para traçar o perfil de jovens à procura de emprego e criar módulos de qualificação para profissões do futuro, como desenvolvedor de aplicativos, especialista em Internet das Coisas, técnico em manutenção de drones, desenvolvedor de dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, por exemplo.