Em janeiro, 38% da indústria ficou ociosa, de acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feir (24). A utilização da capacidade instalada (UCI) do setor foi de 62% em janeiro – a mesma registrada em dezembro de 2015 – e se manteve no piso da série histórica iniciada em 2011. 

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Arquivo/Agência Brasil
O fraco desempenho da indústria mantém os empresários pessimistas em relação à demanda, ao número de empregados e a compras de matérias-primas para os próximos meses

A atividade e o emprego na indústria também caíram em janeiro, com indicadores abaixo dos 50 pontos. Enquanto o índice da evolução da produção registrou 39,7 pontos, o de evolução do número de empregados assinalou 41,4 pontos. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a queda da produção ou do emprego.

A retração na atividade fez com que os estoques da indústria também caíssem em janeiro, com índice em 48,4 pontos, abaixo da linha dos 50 pontos. Essa redução permitiu manter os estoques no nível planejado pelas indústrias pelo segundo mês consecutivo. Este índice, que mede estoques efetivo-planejado, passou de 49,8 pontos, em dezembro, para 50,3 pontos em janeiro, praticamente sobre a linha dos 50 pontos.

​​Pessimismo
O fraco desempenho do setor mantém os empresários pessimistas em relação à demanda, ao número de empregados e a compras de matérias-primas para os próximos seis meses.

O índice de expectativa sobre a demanda ficou em 45,6 pontos, o de número de empregados registrou 42,1 pontos e o de compras de matéria-prima assinalou 43,6 pontos. Valores abaixo dos 50 pontos indicam perspectivas negativas.

Apenas as expectativas sobre as exportações se mantêm otimistas, com índice em 53,5 pontos, acima da linha divisória. Isso sinaliza que os empresários esperam aumentar o volume de vendas de produtos a outros países nos próximos meses.

 “A baixa demanda no mercado doméstico faz com que os empresários voltem suas atenções cada vez mais para o mercado externo”, explica o economista da CNI Marcelo Azevedo.

Diante do cenário de ociosidade da indústria e pessimismo sobre os próximos meses, as intenções de investimentos seguem baixas. O índice teve a segunda queda consecutiva e registrou 39,8 pontos em fevereiro.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 2 e 18 de fevereiro com 2.480 empresas, das quais 1.034 são pequenas, 889 são médias e 557 de grande porte.

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