Mudanças feitas pelo relator e deputados federais na proposta de reforma da Previdência, cujo texto-base já foi aprovado em primeiro turno pela Câmara , reduzem em R$ 281 bilhões a economia de despesas previstas para ser feita em dez anos. Os cálculos são do Instituto Fiscal Independente (IFI).
Com as concessões, a economia com a reforma será de R$ 714 bilhões, segundo o IFI. Se nenhuma alteração tivesse sido feita na proposta original encaminhada pelo Executivo à Câmara, a economia seria de R$ 995 bi, calcula o instituto.
Felipe Salto, um dos autores do levantamento, diz que, a criação de uma nova regra de transição
para os servidores, que foi estendida à iniciativa privada, a alteração do tempo mínimo de contribuição para as mulheres, que caiu de 20 anos para 15 anos, e a retirada das mudanças na aposentadoria
rural respondem pela maior parte da perda.
No caso das aposentadorias por idade, pelos cálculos do instituto a economia prevista para ser feita em dez anos caiu de R$ 143,4 bilhões para R$ 91,7 bilhões; nas aposentadorias por tempo de contribuição, de R$ 352,2 bilhões para R$ 300,4 bilhões.
Esses dois efeitos ocorreram porque o governo criou uma nova regra de transição para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), que abarca os servidores públicos, e essa regra foi estendida para o regime geral, da iniciativa privada, o RPPS.
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O cálculo inicial era de economia de R$ 152,7 bilhões no RPPS e caiu para R$ 84,6 bilhões. Teve ainda a retirada da aposentadoria rural, cuja economia seria de R$ 50 bilhões, e agora é zero.