O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL), afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está tranquilo quanto às possíveis mudanças a serem feitas pelo relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB). O tucano já antecipou que, dentre outros pontos, deixaria estados e municípios fora das novas regras e retiraria a proposta de criação de um regime de capitalização.
"A capitalização que consta da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] foi mais uma chamada. Sua aprovação permitiria que o Executivo ou o Parlamento iniciasse a discussão. A retirada da capitalização não vai impactar em nada a economia que o ministro pretende com a reforma", disse Major Vitor Hugo. A declaração foi feita nesta quarta-feira (12) após uma reunião entre o deputado e Paulo Guedes.
Esse raciocínio de que não haverá impacto algum se houver mudança, segundo Vitor Hugo, também se aplica à retirada dos estados e municípios da reforma. O líder do governo argumentou que cada ente federado tem uma realidade diferente, de acordo com sua localização no País, e que gozam de autonomia constitucional.
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O deputado não quis comentar as notícias de que a economia com a reforma da Previdência poderá ficar em cerca de R$ 800 bilhões, e não em pouco mais de R$ 1 trilhão, como quer o governo. Ele apenas destacou que o relatório da reforma ainda não foi fechado e que está otimista quanto à aprovação da PEC, tanto na comissão especial como no plenário da Câmara.
Nesta manhã, ainda segundo Vitor Hugo, houve um acordo entre líderes do governo e da oposição para que o relatório possa ser estudado durante o fim de semana com mais atenção. Os debates serão retomados já a partir da próxima segunda-feira (17). "Há consenso na sociedade de que a reforma da Previdência precisa ser aprovada. Isso ficou claro nas manifestações do dia 26 de maio", acrescentou.
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Vitor Hugo afirmou que a reunião com Paulo Guedes, que contou com a participação de outros parlamentares do PSL, teve como objetivo aproximar ainda mais o partido do ministro. O líder do governo informou que, além da reforma da Previdência , entraram nas discussões os próximos passos do governo, como a reforma tributária, o pacto federativo e a abertura comercial.