O ministro da Economia, Paulo Guedes , defendeu manter estados e municípios na reforma da Previdência . Ele destacou, porém, que essa decisão será política e do Congresso Nacional. A forma como os governos regionais serão incluídos na reforma está sendo analisada pelo relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
"Como um republicado, pensando no Brasil, acho que os estados e municípios deveriam estar no mesmo bolo. Deveria estar tudo mundo junto. Mas tem a circunstâncias, tem gente que precisa da reforma da Previdência , vai se beneficiar, mas quer que os outros façam", disse o ministro, durante audiência na Câmara dos Deputados.
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Uma alternativa em estudo é fixar critérios pelos quais as novas regras seriam automáticas para estados e municípios de acordo com o nível de endividamento e a proporção de idosos.
Na prática, a medida garantiria que dez estados do país aderissem: Acre, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Boa parte destes estados está em situação de calamidade nas contas públicas, pressionadas pelas despesas com aposentadorias.
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"Republicanamente, deveria estar todo mundo junto no mesmo regime. É o que eu defendo sempre. As circunstâncias da política são de que tem gente que precisa da reforma, fica criticando, e quer que os outros façam para ter o custo político. A reação política é: deixa eles fora. Mas esse é um problema político, não nos afeta em nada", afirmou.
A retirada dos governos regionais da reforma é defendida por alguns partidos sob o argumento de que, no formato sugerido pelo governo, apenas os parlamentares teriam de arcar com o ônus político do projeto. A emenda ajudaria a vencer a resistência de estados governados pela oposição, especialmente no Nordeste, como Piauí, Paraíba, Ceará e Pernambuco.
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Guedes também afirmou que os gastos dos estados com pessoal já atingiram, em alguns casos, 70% de todas as despesas e que, se nada for feito, "em muito pouco tempo vai faltar dinheiro para saúde, educação e saneamento".
"A máquina não está processando bem estes recursos, está destruindo esses recursos da Previdência . Não vai conseguir pagar nem o funcionalismo, nem aposentadorias. Não é uma reforma que a gente goste de fazer, é que não há alternativa" declarou aos parlamentares.