E afinal, o Drex será bom ou ruim?
Redação EdiCase
E afinal, o Drex será bom ou ruim?


Você já ouviu falar no Drex? Não estamos falando de nenhum personagem da Marvel e sim do nome oficial da  moeda digital brasileira. Pode soar estranho, mas o nome não foi escolhido de maneira aleatória. É uma junção da letra 'D' de digital, 'R' de Real, 'E' de eletrônico e 'X' em alusão à modernidade e conexão do uso da tecnologia blockchain.

Segundo o  Banco Central do Brasil, o Drex  funcionará como uma representação do real nas plataformas digitais, podendo ser utilizado para pagamentos, compra e venda de bens pessoais, solicitação de empréstimos, dentre outras operações. Além disso, é esperado que o recurso aumente a bancarização da população brasileira, democratizando o acesso aos serviços financeiros e facilitando o ingresso no universo dos investimentos.

Com  projeto piloto iniciado em outubro do ano passado pela entidade, ainda não há uma data específica para o lançamento oficial do Drex. Será que ele será tão vantajoso assim? O  Pix e o papel-moeda, o famoso dinheiro físico, deixarão de existir? Vamos responder todas essas perguntas no artigo de hoje!

Tendência mundial

As moedas digitais de banco central (CBDC, na sigla em inglês) já são uma tendência presente em diversas nações. Basicamente, funcionam como uma moeda digital estatal, criada e regida pelo banco central do país, entidade responsável pela política monetária e circulação de moedas nacionalmente.

Lá em 2014, a China foi pioneira com o planejamento do “Yuan Digital”, uma CBDC que foi lançada para testes com a população seis anos depois. Apesar dos esforços do governo local, o país enfrenta dificuldades com a sua implementação, já que boa parte dos chineses são acostumados a usar os smartphones para fazer compras e pagar contas, sem precisar abrir uma conta corrente em alguma instituição financeira.

Aqui na América do Sul, além do  Brasil, bancos centrais da Argentina, Chile, Colômbia e Peru também já promoveram estudos sobre as moedas digitais.

Especialistas defendem que, no nosso caso, o Drex será muito mais que apenas uma “nova moeda digital”. Ele funcionará como um sistema que permitirá a realização de operações complexas de forma mais simples, como compra e venda de imóveis, automóveis e negociação de dívidas, tudo por meio da utilização de contratos inteligentes.

É verdade que hoje em dia lidamos com o dinheiro de forma mais online, porém, diferente do real que você pode ir no caixa eletrônico e sacar a quantia necessária, o Drex será 100% digital. As transações só serão possíveis por meio das plataformas disponíveis na internet.

Comparação com bitcoin e o fim do dinheiro físico

Desde do anúncio do Drex, também já ouvimos muitas pessoas dizerem que o bitcoin ficará obsoleto. No entanto, não confunda, não é porque ambos são moedas digitais que são parecidos. No caso do Drex ou qualquer outra CBDC, é uma moeda totalmente centralizada, controlada pelo Estado, que pode imprimir dinheiro com muito mais facilidade. Já as criptomoedas são descentralizadas, possuem o seu código aberto e todas as transações são transparentes.

É possível saber quantos bitcoin serão emitidos daqui a 50 anos, já que 21 milhões é o máximo que existirá no mercado. Agora, as moedas emitidas por um Banco Central podem dobrar de um ano para o outro, por exemplo, já que o controle sobre a emissão fica totalmente atrelado ao Estado.

Obviamente essa mudança não vai acontecer da noite para o dia. Não quer dizer que o real deixará de existir com a chegada do Drex - pelo menos não por enquanto. Assim como o Pix, essas  novas tecnologias serão implementadas aos poucos.

Porém, com toda essa expectativa, o projeto de lei 4068/20 já pensa nos próximos passos e determina a extinção do dinheiro físico no país. Pelo texto, em tramitação na Câmara dos Deputados, todas as transações financeiras ocorrerão apenas em meio digital. Será permitida a posse de cédulas somente para fins de registro histórico.

Além disso, a Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado Federal defende que a implementação do Drex permitirá um controle mais rigoroso sobre a arrecadação tributária, combatendo de forma eficaz a sonegação fiscal através da rastreabilidade. Desta forma, o governo será capaz de monitorar transações com maior precisão, assegurando que todos os recursos devidos ao horário público sejam devidamente recolhidos.

Muitos vão dizer - com razão - que a  tecnologia é o futuro, que todos precisam se modernizar, mas essas normativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal também mostram o impacto que o Drex pode ter na nossa liberdade financeira.

Com o Drex, nossas transações poderão ser totalmente rastreadas. Podem até dizer que mais ninguém ficará sabendo dessas informações, mas com o histórico de vazamentos de dados, onde o governo e as instituições financeiras muitas vezes são ineficientes em questões de privacidade e resposta rápida, quem garante que nossos registros bancários ficarão realmente seguros?

Neste cenário nebuloso, esses são questionamentos importantes que precisam de respostas o quanto antes. E afinal, o Drex será bom ou ruim? Isso só o tempo dirá!

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