O presidente da Federação Brasileira dos Bancos ( Febraban ), Isaac Sidney, afirmou nesta segunda-feira que 80% a 90% dos pedidos de financiamento de folhas de pagamento foram concedidos.
O financiamento da folha de pagamento faz parte de um programa do governo para evitar o desemprego. São R$ 40 bilhões destinados para esse fim, sendo que R$ 34 bilhões são do Tesouro Nacional e R$ 6 bilhões são recursos dos próprios bancos.
Isaac Sidney participou de uma videoconferência com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que cobrou mais ações do sistema bancário para combater os efeitos da crise do coronavírus.
O presidente da Febraban enumerou as medidas que os bancos têm tomado durante a crise.
Segundo ele, dos 2 milhões de pedidos de renegociação de dívidas, que equivale a R$ 200 bilhões, R$ 130 bilhões já foram renegociados. Ele, no entanto, ressaltou que os números são parciais e que podem já estar próximos de R$ 150 bilhões.
- Sobre concessão de crédito novo, entre originação de crédito e renovação, estamos próximos a R$ 400 bilhões de concessões de crédito, portanto entendo que são números que dão uma realidade importante do esforço e do empenho e do foco que os bancos estão fazendo para preservar emprego e empresas - disse Isaac.
Consignado
O presidente da Febraban disse que os bancos estão abertos para renegociações e estudar dar carência para o crédito consignado. Segundo Sidney, 65% dos recursos tomados nessa linha são usados para pagar dívidas mais caras.
- Os bancos estão trabalhando intensamente para tentar estender a prorrogação que fizemos para outras linhas para o crédito consignado, quem sabe dando uma carência, estamos buscando ultrapassar problema operacionais.
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Mais ajuda
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia disse que o sistema bancário poderia ajudar mais na crise, por exemplo, criando linhas de financiamento para hospitais que podem sofrer com os impactos econômicos.
- Tem milhares de pequenas e médias empresas de saúde, de hospitais, que o capital de giro vai acabar, que não vai ter recurso para pagar salário, seria importante que o sistema financeiro tivesse uma linha, de todos os bancos, para essa estrutura de hospitais - afirmou.
Maia disse ser contra o aumento de impostos neste momento, mas ressaltou que a sociedade vê o sistema bancário como um setor que tem muitos recursos e que poderia fazer mais nessa crise. Ele disse que uma boa medida seria dar mais transparência nas ações e citou o fundo de R$ 1 bilhão do Itaú.
- A sociedade muitas vezes olha o sistema bancário, os bancos, como um setor que tem muitos recursos, por isso que eu disse que a transparência naquilo que o sistema bancário está fazendo, no que o Itaú fez. Se todos os bancos juntos formassem um fundo com valor, claro muito maior que R$ 1 bilhão, isso já sinalizaria à sociedade um bom apoio - disse.
Maia também afirmou que não é um bom momento para aumentar os impostos, mas que será necessário discutir como o país vai pagar o endividamento que está sendo feito para o combate ao coronavírus.
- Esse é o momento de garantir os temas emergenciais, nós teremos um aumento grande da dívida brasileira e depois a sociedade vai precisar discutir como fazer uma repactuação para se pagar essa dívida - afirmou.
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