Pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) mostra que o consumidor brasileiro, além de não ter disciplina financeira, esquece de fazer o acompanhamento do orçamento doméstico. Esse comportamento piorou em 2015: em um ano, caiu de 61% para 41% o número de consumidores que conseguem fechar o mês com dinheiro sobrando.

De acordo com uma pesquisa realizada em todas as capitais pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 45,8% dos entrevistados não realizam um controle sistemático do seu orçamento, sendo que 29,3% fazem a organização das finanças "de cabeça", sem qualquer anotação ou utilização de ferramentas, aplicativos.

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SPC Brasil/Divulgação

Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, avalia o comportamento do consumidor no controle de gastos

Entre os entrevistados que utilizam algum método organizado para gerenciar seus recursos financeiros (53,9%), o mecanismo mais comum é o caderno de anotações, mencionado por 29,8% da amostra, seguido pela planilha (21%) e pelos aplicativos digitais (3,1%). As justificativas para esse comportamento, segundo a pesquisa, é a falta de disciplina, esquecimento e não ter tempo.

O levantamento mostra ainda que boa parte dos brasileiros reconhece a falta de organização para lidar com o próprio dinheiro. Menos da metade (48,1%) dos entrevistados ouvidos consideram-se pessoas organizadas financeiramente.

Gastos extras ficam no esquecimeto

A pesquisa mostra que o controle dos gastos extras e de itens que não são considerados de primeira necessidade acaba ficando para o segundo plano em detrimento dos gastos fundamentais. Despesas com supermercado e contas de água e luz (93,5%) e também os rendimentos (90,1%) são anotados ao menos uma vez por mês pela maioria absoluta dos entrevistados. No entanto, apenas 39,5% dos consumidores anotam semanalmente os gastos com lazer, alimentação fora de casa, serviços de estética, salão de beleza, roupas, sapatos e acessórios, por exemplo.

"A pesquisa comprova que muitos dos que dizem fazer um controle sistemático de seus gastos o fazem com uma frequência bastante aquém da adequada", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Considerando uma escala de um a dez, a nota média que o brasileiro atribui para o seu próprio nível de educação financeira é de apenas 6,3.

O estudo entrevistou 804 consumidores acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. O levantamento buscou identificar como o consumidor brasileiro se relaciona com suas finanças, levando em conta as práticas adotadas para controle do orçamento e as dificuldades enfrentadas no dia a dia. 

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