O prazo para entrega do Imposto de Renda (IR) 2019 terminou na última terça-feira (30), e quem tem alguma restituição a receber deve esperar o pagamento de acordo com os lotes da Receita Federal. Dependendo de quando foi entregue a declaração, a data de crédito muda. Para quem não vê a hora de colocar as mãos nesse dinheiro, os bancos oferecem a antecipação da restituição, uma espécie de empréstimo, mas contém juros.
O contribuinte que não entregou a declaração do IR 2019 dentro do prazo poderá enviá-la a partir desta quinta-feira (2) . Vale destacar, no entanto, que o retardatário estará sujeito ao pagamento de uma multa mínima equivalente a R$ 165,74. O valor máximo chega a 20% do imposto devido.
O doutor em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, alerta que é preciso ter certeza de que não cairá na malha fina e acabará arcando com as parcelas do próprio bolso.
“Além de perder dinheiro ao pagar as taxas, há a possibilidade de haver alguma inconsistência na declaração e o valor devolvido pela Receita ser menor do que o esperado, ou pior, a declaração cair na malha fina e o contribuinte não receber essa restituição”, explicou Domingos.
O educador explica que, se há um problema financeiro, não será a entrada antecipada de dinheiro que irá resolvê-lo. Trata-se de uma questão mais profunda, relacionada aos hábitos e comportamentos de consumo, que levaram a pessoa a precisar do empréstimo em primeiro lugar, e, portanto, precisam ser reajustados.
A antecipação não deve ser uma solução para um desejo de compra, como trocar de celular ou comprar uma televisão nova. Ela só é vantajosa em casos que já existe outra dívida, com juros altos, maiores do que os da antecipação.
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“É preciso ter consciência de que trocar uma dívida pela outra não é a solução. Ainda assim, é importante fazer uma boa pesquisa entre as instituições financeiras, já que as taxas variam muito”, aconselhou o presidente da Abefin.