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Condenado em 2ª instância, o ex-presidente Lula já havia tido resultado negativo após decisão do juiz Sérgio Moro
Lula Marques/Agência PT
Condenado em 2ª instância, o ex-presidente Lula já havia tido resultado negativo após decisão do juiz Sérgio Moro

condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, deverá causar impactos no bolso dos brasileiros. Por 3 votos a 0, a 2ª instância manteve a decisão do juiz Sérgio Moro, em julho do ano passado. O petista deverá se tornar inelegível na eleição presidencial . O resultado era o esperado pelo mercado, que projeta continuidade na queda do nível de desemprego e da taxa de juros.

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Para Adriano Gomes, professor de finanças da ESPM e sócio-diretor da Méthode Consultoria, o resultado ajuda a manter um ritmo de retomada da economia para os próximos meses. "O mercado não quer ter o Lula em 7 de outubro [data da eleição]. Esse é o desenho que todos os agentes estão apostando de forma clara", afirma.

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Segundo ele, a absolvição do ex-presidente ou sua condenação com um placar apertado, de 2 a 1, instalaria um "cenário de perda de confiança do consumidor e do empresariado", além de interromper o "clima de levantamento do ânimo da economia".

O julgamento foi acompanhado de perto pelo mercado. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia com 80.678 pontos, após registrar queda de 1,22 % na terça-feira (23). Ao fim do pregão, o índice estava em 83.357 pontos, com alta de 3,32%. O dólar, por sua vez, fechou o dia com redução de 2,44%. A moeda norte-americana terminou o período de negociações vendida a R$ 3,1590. No início do dia, ela era cotada em R$ 3,2282.

"A Bolsa reflete a temperatura dos agentes econômicos. O consumidor está aí de forma direta. Quanto mais bem humorado [o mercado], significa mais empregos e menos juros", diz Gomes. Segundo ele, outro resultado poderia ser considerado "um golpe fatal em relação a esse humor e esses números revelam isso".

Lula "ficha limpa" pode causar desaceleração na economia

Na visão do professor, manter a possibilidade de candidatura do ex-presidente pode ajudar a interromper o cenário de retomada econômica, "um dos grandes trunfos desse governo que está aí". Segundo ele, a avaliação de que o ex-presidente é culpado deverá ajudar a manter o ritmo de redução do desemprego, que ainda atinge 12,6 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mesmo vale para a Selic, a taxa básica de juros. Com a decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá manter os cortes e reduzir ainda mais a taxa, que atualmente se encontra em 7% ao ano, seu menor patamar na história.

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Ainda de acordo com Gomes, outro resultado que não a condenação de Lula poderia fazer temas como contenção de gastos e a reforma da Previdência desaparecerem da agenda política. "Qual vai ser o candidato nesse clima de absurda incerteza que vai se dispor a colocar na agenda uma pauta tão antipática?".

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