Depois da queda de 0,94% anunciada no último dia 4, a Petrobras comunicou que voltará a reajustar o preço da gasolina nas refinarias para baixo a partir desta quarta-feira (9). Com a decisão, o preço do litro do combustível passará dos atuais R$ 1,4537 para R$ 1,4337, uma redução de 1,38%. Patamar é o menor desde outubro de 2017.
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A Petrobras adota essa política de reajuste dos preços desde julho de 2017. De acordo com a metodologia, as mudanças podem acontecer mais frequentemente, inclusive todos os dias, e refletem os preços praticados nos mercados internacionais e a cotação do dólar. No último dia de 2018, o preço da gasolina nas refinarias era 14,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2017.
O preço da gasolina nas refinarias segue essa tendência de queda desde meados de dezembro, quando a cotação do dólar também começou a cair. Só em 2019, a moeda norte-americana já desvalorizou 3,65%. A recente redução nos preços praticados no mercado internacional de petróleo, outro componente de peso seguido pela estatal, também colaborou.
O preço médio do litro do diesel nas refinarias, por sua vez, foi mantido em R$ 1,8545, mesmo patamar em que começou o ano. No fim do ano passado, a Petrobras anunciou um mecanismo financeiro de proteção à política de preços do diesel, semelhante ao já utilizado na gasolina, que permite à estatal manter o valor nas refinarias estável por um período de até sete dias em momentos de alta volatilidade.
Preço nas bombas
Na semana passada, o preço da gasolina nos postos caiu 0,32% (ou R$ 0,01) em relação à anterior, chegando a R$ 4,33. Em 2018, porém, segundo dados compilados pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o litro do combustível acumulou alta de 5,97%. No período, o preço do diesel também subiu (3,75%).
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A duas variações são maiores do que a inflação esperada para o ano todo. Segundo a última edição do Boletim Focus divulgada em 2018 pelo Banco Central, o mercado financeiro espera que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do País, fique em 3,69%.
Entenda o preço da gasolina
De acordo com cálculos feitos pela própria Petrobras , os valores praticados nas refinarias equivalem a 27% do preço pago pelos consumidores nos postos. Essa porcentagem aproximada leva em conta a coleta de preços feita pela estatal entre os dias 23 e 29 de dezembro do ano passado em 13 capitais e regiões metropolitanas do País.
Outros 46% são formados basicamente por tributos. Destes, 30% correspondem ao ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), recolhido pelos estados, e outros 16% são relativos à Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e ao PIS/Cofins, de competência da União.
A diferença entre os impostos estaduais e federais está na forma com que são cobrados. O ICMS varia de acordo com o que é praticado nos postos, então cada vez que o preço da gasolina sobe, os estados arrecadam mais dinheiro. O PIS/Cofins e a Cide, ao contrário, são valores fixados por litro: o primeiro é de R$ 0,7925 e o segundo, de R$ 0,10.
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Do restante do preço da gasolina , 12% correspondem ao custo do etanol anidro, que, segundo a lei, deve compor 27% da gasolina comum. Os últimos 15%, por sua vez, são relativos aos custos e ao lucro de distribuidores e postos. Em maio de 2018, essa fatia era de 12%, o que sugere um aumento de três pontos percentuais na margem de lucro desses agentes.