A Fundação Procon de São Paulo vai investigar a Gol pela promoção feita no último dia 18, durante a partida entre Brasil e Venezuela pela Copa América, quando a empresa ofereceu passagens aéreas internacionais por R$ 3,90 sem taxas. Para o Procon, a iniciativa apresenta "indícios de abusividade", uma vez que nem todas as passagens foram disponibilizadas diretamente para o consumidor final.
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Em nota, o Procon-SP explicou que, das 167 passagens comercializadas pela Gol na promoção, 78 – cerca de 47% – estavam atreladas a agências de viagem ou turismo, sendo 32 à ViajaNet e outras 24 à CVC Brasil. Na visão do órgão, a companhia deveria ter implementado medidas que assegurassem que os valores promocionais ficassem restritos ao consumidor, sem passar pela intermediação de outras empresas.
O Procon também questiona o horário de vigência da promoção, das 21h33 às 22h25. "Chama a atenção o fato de muitos consumidores terem ligado 21h30 e não terem conseguido efetuar a compra, sendo que outros fizeram a compra às 22h25. O Procon considera suspeito e vai investigar se houve fraude", escreveu o orgão.
Além disso, o Procon ainda alega que "causa estranheza" o fato de a Gol ter informado que foram disponibilizadas 140 passagens promocionais durante a campanha e ter vendido 167 bilhetes em menos de uma hora. O órgão cita que registrou mensagens de consumidores em suas redes sociais relatando problemas para concluir a compra durante a promoção.
À Gol, o Procon-SP pediu as seguintes informações:
- Onde foram disponibilizados e quais os termos e condições da promoção;
- Quantas passagens aéreas foram comercializadas e para quais destinos;
- Quais canais de venda foram disponibilizados para acesso dos consumidores;
- Em quanto tempo foram comercializadas as passagens;
- Envio da relação de consumidores que conseguiram adquirir passagens durante a vigência da promoção.
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Procurada, a Gol informou que a venda das passagens internacionais disponibilizadas na promoção "cumpriu rigorosamente todos os termos e condições do regulamento divulgado publicamente" e que "as passagens foram compradas para consumidores já definidos e não são transferíveis".