O presidente dos Correios, Juarez Aparecido de Paula Cunha, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) na última sexta-feira (14) por 'comportamento sindicalista', trabalhou normamente nesta segunda-feira (17), de acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo .
Segundo o jornal, o general da reserva foi cumprir suas obrigações normalmente mesmo após o anúncio do presidente e, em vez de limpar as gavetas e deixar o posto, falou a um auditório cheio que: "Só vou sair daqui a hora que chegar oficialmente. Aí eu saio, senão, não saio, não". Cunha teria ainda vestido um boné de carteiro e sido aplaudido pelos presentes na palestra.
Fechado para a imprensa, o evento foi justamente a motivação da demissão. O tema da palestra foi a privatização da estatal, que é estudada pelo governo e defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O presidente dos Correios é contra a venda da estatal.
Também nesta segunda, o porta-voz da Presidência, general Otávio de Rêgo Barros, relatou que Bolsonaro ainda não decidiu quando será efetivada a demissão e a nomeação de seu substituto.
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Segundo o Estado , Cunha comentou sobre os estudos da equipe econômica a respeito do futuro dos Correios com servidores, apontando que o modelo a ser adotado ainda não foi definido. Ele cobrou união e "defesa dos nossos empregados", apesar de ter minimizado as chances de demissão em massa e enfraquecimento da empresa. O general cobrou serenidade dos funcionários e disse que há preocupação do governo em relação aos atuais servidores. "Os Correios não vão acabar, ninguém vai acabar com a empresa e mandar todos os funcionários embora", disse.