Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, no ano passado, as empresas brasileiras de grande porte investiram menos do que o planejado. Segundo a entidade, isso ocorreu devido à frustração decorrente das dificuldades do País para se recuperar economicamente.

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De acordo com a pesquisa anual "Investimento na Indústria", se 81% das empresas planejavam fazer investimentos em 2018, apenas 75% fizeram.

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Ainda segundo o levantamento, 51% das organizações que fizeram investimentos não conseguiram realizar os projetos conforme o planejado. Desse total, 38% fizeram investiram apenas parcialmente; 9% adiaram os projetos para 2019 e 4% cancelaram ou adiaram os investimentos para depois de 2019.

“A frustração dos planos de investimento em 2018 deve-se à decepção com a retomada da economia. Em particular, o crescimento da demanda ficou abaixo do que se esperava, especialmente por causa do elevado desemprego”, disse o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ao comentar a pesquisa.

Ele acrescentou que, além disso, as incertezas internas e externas que contaminaram boa parte do ano passado também trouxeram riscos ao incentivo. Segundo o economista, a maior parte dos investimentos é financiada com capital próprio das firmas. “Como os estabelecimentos estão com situação financeira mais debilitada do que em anos anteriores, o investimento ficou prejudicado.”

Entre as que investiram, 56% destinaram recursos para a continuação de projetos anteriores e 44% aplicaram em novos empreendimentos. A maior parte dos investimentos foi feita tendo como objetivo a inovação, com 53% das empresas aplicando na melhoria ou na modernização dos processos produtivos e em novos produtos; 36% investindo na melhoria dos processos produtivos; 13% buscando introduzir novos produtos; e 4% aplicando em novos processos de produção. Ainda segundo a CNI, 28% investiram no aumento da capacidade de produção.

O estudo mostrou recuo de 10% para 7% na participação de bancos públicos no financiamento disponibilizado por bancos públicos a indústrias de grande porte – a menor participação em toda a série histórica iniciada em 2010. A pesquisa também identificou aumento de 8% para 13% na participação dos bancos privados para esse público.

A maior parte dos investimentos feitos pelas empresas (75%) em 2018 usou capital das corporações empresas, percentual igual ao registrado em 2017. Nos anos anteriores o percentual estava em 72%.

  • Expectativas para 2019
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Para este ano, as expectativas são “positivas”, com oito em cada dez indústrias de grande porte planejando fazer investimentos – número praticamente igual aos 81% registrados em 2018. Isso se deve ao fato de haver, entre os empresários, expectativa de crescimento do consumo e os avanços tecnológicos.

O levantamento indica que, entre as indústrias que pretendem investir, 57% o fazem devido a uma perspectiva de aumento da demanda e 41%, devido a fatores técnicos, como tecnologia, mão de obra e matéria-prima disponíveis.

Por outro lado, a pesquisa mostra que o excesso de regulação e de burocracia e a falta de recursos financeiros interferem nas decisões de investimentos para este ano: 49% das empresas consultadas apontaram estes como fatores que atrapalham a disposição em investir, enquanto 51% dizem que os planos de investimentos foram desestimulados por questões relativas a recursos financeiros.

“O principal objetivo das firmas que pretendem investir em 2019 é a melhoria dos processos produtivos, o que demonstra preocupação com a eficiência e a competitividade. A melhoria dos processos produtivos ficou em primeiro lugar, com 36% das assinalações. Em seguida, com 22% das respostas, aparece o aumento da capacidade instalada e, em terceiro lugar, com 17% das menções, a introdução de novos produtos”, informou, por meio de nota, a CNI.

A entidade acrescenta que 59% das menções feitas pelos empresários indicam que os investimentos serão concentrados na compra de máquinas e equipamentos; 18% citaram a compra de novas tecnologias, como automação e tecnologias digitais, e 6% disseram que concentrarão os investimentos na melhoria da gestão do negócio.

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A pesquisa " Investimento na Indústria " foi feita entre os dias 24 de janeiro e 15 de abril com 334 empresas de grande porte, que têm 250 ou mais empregados.

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