A Ford Motor planeja eliminar 7 mil empregos — cerca de 10% de sua força de trabalho no setor administrativo — em resposta à pressão resultante de mudanças tecnológicas e sinais de saturação da demanda global por automóveis.
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Com as demissões, a Ford vai economizar cerca de US$ 600 milhões por ano, segundo memorando enviado aos funcionários pelo presidente da montadora americana, Jim Hackett.
"Para ter sucesso em nosso competitivo setor e posicionar a Ford para vencer em um futuro de rápidas mudanças, precisamos reduzir a burocracia, capacitar gerentes, acelerar a tomada de decisões, focar no trabalho mais valioso e cortar custos", escreveu Hackett. “A Ford é uma empresa familiar e dizer adeus aos colegas é difícil e comovente.”
A maioria dos cortes será concluída até sexta-feira na América do Norte e até o fim de agosto em outros mercados da montadora, como Europa, China e América do Sul.
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As demissões devem reduzir a estrutura administrativa da Ford em 20% e simplificar o número de camadas organizacionais de 14 para nove ou até menos. Apesar disso, os cortes de empregos ficaram bem abaixo das 25 mil demissões previstas por um analista do Morgan Stanley no ano passado.
Nos Estados Unidos, a montadora vai demitir 800 funcionários, sendo 500 esta semana, segundo um porta-voz da montadora. Em 25 de abril, a Ford tinha 196 mil funcionários em todo o mundo em relação aos 202 mil no fim de 2017.
Demissões não acontecem só na Ford
As demissões ocorrem em um contexto no qual montadoras globais tentam se adaptar às preferências dos consumidores por crossovers e SUVs e menor demanda por sedãs, queda nas vendas e custo de eletrificação de seus modelos para atender às restrições de emissões de gás mais rígidas em mercados como China e Europa.
A General Motors , Volkswagen e Jaguar Land Rover, da Tata Motors, também estão eliminando milhares de empregos como reflexo da maior eletrificação e tecnologia de veículos autônomos, que estão transformando o setor automotivo global.
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"A Ford
está espremendo cada centavo possível do negócio atual, demitindo funcionários, reduzindo produtos e saindo de negócios não lucrativos para poder investir mais em tecnologia do futuro, como veículos elétricos, autônomos e serviços de mobilidade", disse Michelle Krebs, analista da Autotrader, consultoria especializada no mercado automotivo. "O perigo está em reduzir muito e prejudicar o negócio agora e no longo prazo."