Uber abre capital na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira, projetando levantar US$ 10 bilhões em ações
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Uber abre capital na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira, projetando levantar US$ 10 bilhões em ações

Investidores de todo o mundo passarão a ter informações detalhadas sobre a operação da Uber a partir desta quinta-feira (11), dia em que a empresa dona do aplicativo de transporte deve registrar sua oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York. O objetivo é levantar cerca de US$ 10 bilhões com a venda de ações.

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A oferta, que deve ser o maior IPO dos Estados Unidos neste ano e chegar os dez maiores de todos os tempos, dará a largada a um  road show  para promover as ações da Uber para potenciais investidores neste mês, fazendo com que os papéis da empresa já possam ser negociados em maio, segundo afirmam fontes ligadas às negociações. Bancos de investimentos interessados em coordenar a oferta acreditam que o grupo pode ser avaliado em até US$ 120 bilhões no IPO.

Embora a Uber tenha divulgado resultados financeiros parciais nos últimos anos, o IPO que deve ser registrado nesta quinta-feira na Security Exchange Comission (SEC, o órgão regulador de mercado de capitais dos EUA) pode permitir, pela primeira vez, uma visão completa dos números da empresa e de suas operações.

Os potenciais investidores demonstram interesse pelos detalhes e pretendem utilizar como referência o IPO do mês de março da Lyft, rival no mercado de transportes, para analisar separadamente os negócios e o valor da Uber. "O principal será a métrica de compartilhamento de transportes comparada à da Lyft", afirmou Dan Ives, analista da Wedbush Securities. "Acho que, na opinião de muitos investidores, a Lyft é irmã mais nova do Uber", complementou.

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O IPO da Lyft foi o maior de uma novata de tecnologia na Bolsa de Nova York desde que a Snap abriu capital, há dois anos, além de ter sido a maior oferta inicial de ações nos EUA depois de a paralisação parcial do governo (shutdown) ter diminuído o ritmo de IPOs no primeiro trimestre deste ano.

Em 2018, a Uber foi avaliada no mercado em US$ 76 bilhões, quando a Toyota Motor decidiu investir no aplicativo. Nos últimos anos, com muitas novatas registrando forte crescimento nas Bolsas, a empresa priorizou a expansão em detrimento do lucro. A estratégia levou a um prejuízo de US$ 1,8 bilhão em 2018, queda de 15% em relação a 2017.

O rápido IPO da Lyft na Bolsa pode ter aumentado as despesas da Uber, já que as duas empresas travam uma guerra de preços no mercado norte-americano. Apesar da queda, pode ser que potenciais investidores não fiquem intimidados pelos prejuízos. A Lyft, por exemplo, teve prejuízo de US$ 911 milhões no ano passado, e ainda assim investidores avaliaram a empresa em bilhões de dólares acima de seu último preço antes de fazer o IPO.

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O movimento na bolsa tende a favorecer a venda de ações da Uber . Doze empresas captaram mais de US$ 5 bilhões com IPOs nas bolsas norte-americanas nas últimas três semanas, mais do que o triplo do total levantado por 22 empresas nas primeiras 11 semanas do ano, segundo dados compilados pela Bloomberg . A oferta, planejada para a Bolsa de Valores de Nova York, será coordenada pelo Morgan Stanley e bancos como Goldman Sachs e Bank of America.

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