Divulgação/White House
"A segurança do povo norte-americano e de todas as pessoas é a nossa maior preocupação", declarou Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a suspensão imediata de todos os voos feitos com aeronaves Boeing 737 MAX, o mesmo modelo que caiu na Etiópia no último domingo (10). A medida vale tanto para a versão 8 quanto para a 9, as duas fabricadas pela empresa norte-americana.

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"Os pilotos foram notificados, as companhias aéreas foram todas notificadas. As empresas concordam com isso. A segurança do povo norte-americano e de todas as pessoas é nossa maior preocupação", declarou Trump nesta quarta-feira (13), em entrevista coletiva na Casa Branca. Com o anúncio, os EUA se juntam aos mais de 50 países que proibiram os voos com aviões Boeing 737 MAX 8.

A ordem do presidente norte-americano saiu depois que vários pilotos relataram problemas com os comandos desse tipo de aeronave. Segundo revelado por documentos públicos, inúmeros incidentes parecem estar relacionados com o sistema de controle destinado a evitar a desestabilização do Boeing, chamado de MCAS ( Manoeuvering Characteristics Augmentation System ).

Por ora, a Autoridade Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) norte-americana não comentou a decisão de Trump . Antes, um comunicado emitido pela entidade informou que uma revisão feita nos aviões "não apontou nenhum problema sistêmico na performance e não forneceu nenhuma base para ordenar a parada desses aviões".

31 suspensões no mundo

A Norwegian Air, que opera no Brasil, é uma das companhias aéreas que suspenderam o uso do Boeing 737 MAX 8
Facebook/Reprodução
A Norwegian Air, que opera no Brasil, é uma das companhias aéreas que suspenderam o uso do Boeing 737 MAX 8

Logo após a tragédia na Etiópia, 31 das 68 companhias aéreas que utilizavam aeronaves Boeing 737 MAX 8 decidiram suspender todos os voos operados com os modelos . Entre as empresas, estão as Aerolíneas Argentinas, a Air China, a  low cost  Norwegian Air, que começou a operar no Brasil recentemente, e a Gol , a única brasileira que voava com esse tipo aeronave.

A decisão é motivada pelo fato de que a tragédia na Etiópia não foi um caso isolado. Em outubro do ano passado, um avião de modelo idêntico, operado pela Lion Air, caiu na costa da Indonésia e vitimou 189 pessoas. Na segunda-feira (11), baseadas na coincidência entre os dois acidentes, China, Etiópia e Indonésia já haviam anunciado que proibiriam as companhias aéreas locais de decolar quaisquer voos com esses aviões.

Além das empresas, os governos de diversos países também tomaram precauções. Ontem (12), as autoridades de aviação civil de Noruega, Suíça, Reino Unido, Austrália, Malásia, Singapura, Omã, Coreia do Sul, Mongólia e dos 27 países da União Europeia suspenderam, pelo menos temporariamente, todos os trajetos desse modelo de aeronave em seu espaço aéreo.

Leia também: China, Indonésia e Etiópia proíbem voos com modelo da Boeing após acidente

Há mais de 370 aviões Boeing 737 MAX 8 registrados atualmente. Destes, 40% estão fora de operação por decisão das companhias aéreas. Na semana do dia 25 de fevereiro, segundo o FlightRadar24, página especializada no acompanhamento de operações aéreas, esse tipo de aeronava realizou mais de 8.500 voos em todo o mundo.

Tragédia na Etiópia

No domingo (10), um avião da Ethiopian Airlines caiu e deixou 157 mortos, sendo 149 passageiros e oito tripulantes
Pixabay
No domingo (10), um avião da Ethiopian Airlines caiu e deixou 157 mortos, sendo 149 passageiros e oito tripulantes

Na manhã de domingo, uma aeronave da Ethiopian Airlines , que voava de Adis Abeba, capital da Etiópia, para Nairóbi, no Quênia, acabou caindo poucos minutos depois de decolar. O acidente deixou 157 mortos, sendo 149 passageiros e oito tripulantes. As vítimas eram de 35 nacionalidades diferentes.

De acordo com a companhia aérea, o voo ET 302 saiu às 8h38 do aeroporto de Bole, em Adis Abeba, e perdeu o contato com a torre de controle apenas seis minutos depois, às 8h44. A queda aconteceu perto da cidade de Bishoftu, a apenas 62 km do ponto inicial de partida.

Até o momento, as causas do acidente são desconhecidas. Em nota, o CEO da Ethiopian Airlines, Tewolde G Medhin , disse que o piloto relatou dificuldades após a decolagem e chegou a pedir autorização para regressar ao aeroporto. A controladoria de voo permitiu a volta da aeronave.

Leia também: Queda de avião mata 157 pessoas na Etiópia; piloto tentou voltar ao aeroporto

Medhin, que esteve no local da queda, também lamentou o ocorrido e expressou "sua profunda simpatia e condolências aos familiares, amigos e conhecidos dos passageiros que perderam suas vidas neste trágico acidente."


*Com informações da ANSA

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