Após o acidente com o avião da Ethiopian Airlines no último domingo (10), 31 das 68 companhias aéreas que utilizavam aeronaves Boeing 737 MAX 8 decidiram suspender todos os voos operados com os modelos. Entre as empresas, estão as Aerolíneas Argentinas, a Air China, a low cost
Norwegian Air, que começou a operar no Brasil recentemente, e a Gol, a única brasileira que voava com esse tipo aeronave.
Continente |
Companhia aérea |
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África |
Comair Limited (África do Sul), Ethiopian Airlines (Etiópia)e Royal Air Maroc (Marrocos) |
América |
Cayman Airways (Ilhas Cayman), Aerolíneas Argentinas,Aeroméxico e GOL Linhas Aéreas |
Ásia |
MIAT Mongolian Airlines (Mongólia), SilkAir (Singapura),Eastar Jet (Coreia do Sul), Oman Air (Omã), 9 Air,Okay Airways, Kunming Airlines, Fuzhou Airlines, Lucky Air,Shenzhen Airlines, Shandong Airlines, Xiamen Air, Shanghai Airlines,Hainan Airlines, Air China, China Southern Airlinese China Easthern Airlines (todas da China) |
Europa |
Norwegian Air (Noruega), TUIfly (Alemanha), Turkish Airlines (Turquia),Air Italy (Itália) e Icelandair (Islândia) |
Oceania |
Garuda Indonesia e Lion Air (ambas da Indonésia) |
A decisão é motivada pelo fato de que a tragédia na Etiópia não foi um caso isolado. Em outubro do ano passado, um avião de modelo idêntico, operado pela Lion Air, caiu na costa da Indonésia e vitimou 189 pessoas. Ontem (11), baseadas na coincidência entre os dois acidentes, China, Etiópia e Indonésia já haviam anunciado que proibiriam as companhias aéreas locais de decolar quaisquer voos com aviões Boeing 737 MAX 8.
Além das empresas, os governos de diversos países também tomaram precauções. Hoje, as autoridades de aviação civil de Noruega, Suíça, Reino Unido, Austrália, Malásia, Singapura, Omã, Coreia do Sul, Mongólia e dos 27 países da União Europeia suspenderam, pelo menos temporariamente, todos os trajetos desse modelo de aeronave em seu espaço aéreo.
Há mais de 370 aviões Boeing 737 MAX 8 registrados atualmente. Destes, 40% estão fora de operação por decisão das companhias aéreas. Na semana do dia 25 de fevereiro, segundo o FlightRadar24 , página especializada no acompanhamento de operações aéreas, esse tipo de aeronava realizou mais de 8.500 voos em todo o mundo.
Decisão da Gol
Na noite desta segunda-feira, a Gol suspendeu temporariamente todas as operações comerciais com aviões Boeing 737 MAX 8. A decisão foi tomada após a Fundação Procon (Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo pedir formalmente à empresa que cancelasse os voos com essas aeronaves.
Em nota, a aérea brasileira reiterou “a confiança na segurança de suas operações e na Boeing, parceira exclusiva desde o início da companhia em 2001" e esclareceu que "está acompanhando de forma intensiva todos os fatos que permitam o retorno das aeronaves às operações regulares no menor espaço de tempo possível”.
De acordo com a Gol, as operações com o Boeing 737 MAX 8 tiveram início em junho do ano passado e, desde então, foram realizados 2.933 voos, totalizando mais de 12,7 mil horas. “Atualmente, a frota da companhia é composta por 121 aeronaves Boeing, das quais sete são modelos 737 MAX 8”, acrescenta.
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A empresa também informou que os clientes que tinham viagens previstas nesse modelo de avião serão comunicados sobre as mudanças e reacomodados em voos da Gol ou de companhias parceiras. Por ora, não há alterações nos destinos internacionais de longo curso com os aviões Boeing 737 NG.
Tragédia na Etiópia
Na manhã de domingo, uma aeronave da Ethiopian Airlines, que voava de Adis Abeba, capital da Etiópia, para Nairóbi, no Quênia, acabou caindo poucos minutos depois de decolar. O acidente deixou 157 mortos, sendo 149 passageiros e oito tripulantes. As vítimas eram de 35 nacionalidades diferentes.
De acordo com a companhia aérea, o voo ET 302 saiu às 8h38 do aeroporto de Bole, em Adis Abeba, e perdeu o contato com a torre de controle apenas seis minutos depois, às 8h44. A queda aconteceu perto da cidade de Bishoftu, a apenas 62 km do ponto inicial de partida.
Até o momento, as causas do acidente são desconhecidas. Em nota, o CEO da Ethiopian Airlines , Tewolde G Medhin, disse que o piloto relatou dificuldades após a decolagem e chegou a pedir autorização para regressar ao aeroporto. A controladoria de voo permitiu a volta da aeronave.
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Medhin, que esteve no local da queda, também lamentou o ocorrido e expressou "sua profunda simpatia e condolências aos familiares, amigos e conhecidos dos passageiros que perderam suas vidas neste trágico acidente."
*Com informações da ANSA