A Fundação Procon (Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo anunciou, nesta segunda-feira (11), que vai pedir o cancelamento imediato de todos os voos da Gol operados com aviões Boeing 737 MAX 8. O modelo é o mesmo da aeronave da Ethiopian Airlines que caiu neste domingo (10), deixando 157 mortos.
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"Considerando que a segurança é um direito fundamental do consumidor, a Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, notificará hoje a Gol Linhas Aéreas para que suspenda imediatamente a operação de todas as aeronaves da Boeing modelo 737 MAX 8, em razão da ocorrência de acidentes de perfil semelhante em curto espaço de tempo", escreveu a entidade em comunicado.
Ao todo, 68 companhias aéreas no mundo utilizam o Boeing 737 MAX 8 – e a Gol é a única brasileira. Pelo Twitter, em resposta ao Brasil Econômico , a empresa afirmou que está em constante contato com a Boeing para saber maiores detalhes sobre o acidente e, assim, tomar as medidas cabíveis. Por ora, a companhia mantém as aeronaves em operação.
Em outubro do ano passado, um avião de modelo idêntico, operado pela Lion Air, caiu na costa da Indonésia e deixou 189 mortos. Hoje, baseadas na coincidência entre os dois acidentes, a China, a Etiópia e a Indonésia decidiram proibir que as companhias aéreas locais decolem quaisquer voos com aviões Boeing 737 MAX 8 .
Tragédia na Etiópia
Na manhã de domingo, uma aeronave Boeing 737-800 MAX 8 da Ethiopian Airlines, que voava de Adis Abeba, capital da Etiópia, para Nairóbi, no Quênia, acabou caindo poucos minutos depois de decolar. O acidente deixou 157 mortos, sendo 149 passageiros e oito tripulantes. As vítimas, segundo a empresa, eram de 35 nacionalidades diferentes.
De acordo com a companhia aérea, o voo ET 302 saiu às 8h38 do aeroporto de Bole, em Adis Abeba, e perdeu o contato com a torre de controle apenas seis minutos depois, às 8h44. A queda aconteceu perto da cidade de Bishoftu, a apenas 62 km do ponto inicial de partida.
Até o momento, as causas do acidente são desconhecidas. Em nota, o CEO da Ethiopian Airlines , Tewolde G Medhin, disse que o piloto relatou dificuldades após a decolagem e chegou a pedir autorização para regressar ao aeroporto. A controladoria de voo permitiu a volta da aeronave.
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Em nota, Medhin, que está no local da queda, lamentou o ocorrido e expressou "sua profunda simpatia e condolências aos familiares, amigos e conhecidos dos passageiros que perderam suas vidas neste trágico acidente."
*Com informações da ANSA