O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o governo não deve conceder incentivos para impedir o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo. O general, porém, garantiu que o governo está estudando a situação para tentar manter os empregos dos quase 3 mil funcionários que trabalham na unidade.
Leia também: Já existem três compradores interessados na fábrica da Ford, diz Doria
"Está fora de questão [conceder incentivos à Ford ]. [Mas] Toda vez que vai haver aumento do desemprego, isso preocupa o governo. Estamos estudando esse assunto porque é uma empresa privada e, neste caso, é questão de desoneração e tributos. Então, temos que dar uma estudada nisso", disse o vice-presidente.
Na manhã desta sexta-feira (1º), o general receceu Wagner Firmino de Santanda e Paulo Aparecido Silva Cayres, presidente e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; Sérgio Aparecido Nobre, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores); e Adalto Oliveira, diretor da Ford. Os cinco discutiram possíveis alternativas para a situação da fábrica da montadora.
Providências do governo
Após o anúncio do fechamento da unidade da Ford em São Bernardo do Campo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se reuniu no último dia 21 com o CEO da Ford América do Sul, Lyle Watters. Após o encontro, Doria confirmou que o governo vai buscar um comprador para a fábrica e tentar manter os empregos.
Leia também: Doria vai buscar comprador para fábrica da Ford no interior paulista
“Foi uma reunião longa e dura”, disse Doria à imprensa. “[Decidimos] que governo de São Paulo vai buscar comprador para essa fábrica da Ford para a preservação dos empregos, ainda que com uma nova marca assumindo o parque industrial”, acrescentou.
Segundo Doria, não há preocupação imediata dos funcionários da montadora porque o fechamento da fábrica acontecerá de forma gradual, ao longo de 2019. “[A operação] Vai continuar normalmente. Até o final deste ano os empregos estão assegurados, mas vamos, de forma célere, buscar um potencial comprador para essas instalações", disse o governador.
O tucano ainda garantiu que a fábrica de Taubaté, onde há 1,6 mil trabalhadores, e as sedes de Tatuí e Barueri, com 270 e 170 funcionários, respectivamente, não serão afetadas. O centro administrativo da montadora em São Bernardo do Campo também será mantido, segundo anunciado pela Ford e confirmado por Doria.
A decisão da Ford
A Ford anunciou, no último dia 19, que vai encerrar as atividades na fábrica de São Bernardo do Campo e que deixará o mercado de caminhões na América do Sul. No Brasil, deixará de comercializar as linhas Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta, assim que terminarem os estoques. A planta de São Bernardo será desativada ao longo de 2019.
Leia também: Os números que explicam o que levou a Ford a fechar sua fábrica em São Paulo
Além da fábrica no interior paulista, a Ford tem outras duas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), e um campo de provas em Tatuí (SP). Em São Bernardo do Campo há 2,8 mil empregados, segundo o sindicato da categoria. “Sabemos que essa decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos”, disse Lyle Watters.