
Com a taxa de desemprego girando em torno de 11,8% no Brasil, muitos trabalhadores procuram formas alternativas de conseguir uma renda. Ao mesmo tempo, a demanda por alguns serviços é grande e a economia colaborativa ganha força. O empresário João Camargo ligou estes três pontos e teve a ideia de criar a Eu Entrego, startup que conecta entregadores independentes às pessoas ou empresas que desejam fazer envios de maneira rápida e econômica.
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"A ideia surgiu da capacidade de observar a oportunidade de mercado. Você começa a olhar a tendência do que é a economia colaborativa e vê que é irreversível, então começa a conectar demanda e oferta, sem precisar de uma estrutura tão grande como a de um negócio tradicional", conta o proprietário da startup .
Funcionamento
O cadastro de pessoas interessadas em tornarem-se entregadoras é o primeiro passo do trabalho da empresa. Para que os colaboradores sejam certificados pela Eu Entrego, eles passam por um processo de avaliação. "A gente olha muito a documentação, o comportamento em redes sociais", revela Camargo.
Quem precisar fazer alguma entrega, de qualquer objeto em qualquer horário, pode solicitar um entregador por meio do aplicativo – disponível na AppStore e no Google Play. O contratante descreve o produto, o veículo necessário, a data limite para a entrega e até mesmo o valor que está disposto a pagar. Os entregadores mais próximos serão notificados e entrarão em contato, podendo aceitar ou negociar outras condições para a proposta.
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"A demanda por entrega é absurda, falando das empresas. Os Correios não oferecem entrega no mesmo dia e acabam cobrando caro. Isso resolve os problemas de muitas indústrias. O que eu fiz foi tomar risco – coisa que empreendedor tem que fazer", afirma.

De acordo com o empresário, o serviço ainda sofre com a desconfiança dos potenciais usuários, mas este receio será desfeito com o tempo. Camargo aposta na qualidade do trabalho dos entregadores e na responsabilidade da empresa com o consumidor, pois é oferecido um seguro aos solicitantes. "Mas até hoje, Graças a Deus, não aconteceu nada", comemora.
A participação da empresa nos ganhos dos colaboradores é sempre de 20% do valor total de cada entrega. Os pagamentos passam primeiramente pela companhia, que faz o repasse semanalmente direto nas contas bancárias. Segundo Camargo, este controle financeiro também contribui para o aumento na qualidade da prestação de serviços dos entregadores, pois o trabalho de cada um deles é monitorado e avaliado antes da entrega do dinheiro.
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Camargo acredita que sua criação seja "uma coisa que resolve muitos problemas". Por isso, a startup conta com colaboradores de todos os tipos, desde desempregados até aposentados. Afinal, ganhar um dinheiro extra não faz mal para ninguém – seja em momentos de crise ou fora dela.