É importante ficar atento para não levar “chocolate fake” para casa achando que está comprando chocolate de verdade
Agência Brasil
É importante ficar atento para não levar “chocolate fake” para casa achando que está comprando chocolate de verdade



Os corredores dos supermercados estão coloridos pelos ovos de chocolate, às vésperas da Páscoa, que é uma das datas mais importantes para o comércio.

Mas é importante ficar atento para não levar “chocolate fake” para casa achando que está comprando chocolate de verdade.

O fato é que os chocolates têm chegado com preços salgados nas gôndolas, o que se deve ao aumento do preço do cacau, principalmente nos últimos dois anos, por conta de uma série de fatores que impactaram na produção, entre eles problemas climáticos nas lavouras de grandes produtores mundiais.

Na Páscoa, quando o ovo de chocolate é o protagonista, a indústria alimentícia busca alternativas para oferecer preços mais competitivos. Uma delas é o ovo “sabor chocolate”.

São produtos mais baratos, com aparência e sabor similar ao chocolate, mas que não atendem ao padrão mínimo exigido pela legislação brasileira para serem considerados, de fato, chocolates. A Anvisa determina que o chocolate precisa conter pelo menos 25% de sólidos de cacau.

Chocolate de verdade

Em entrevista ao Portal iG, a nutricionista Natália Paves, professora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra, afirma que, para não se enganar na hora comprar ovo de chocolate, é importante o consumidor verificar os ingredientes no rótulo.

A nutricionista Natália Paves:
Reprodução
A nutricionista Natália Paves: "o chocolate fake ou cobertura fracionada/hidrogenada, tem menor valor nutricional"


“Um chocolate verdadeiro, ou nobre, sempre terá como base massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar. Pode conter também leite em pó, aromatizantes naturais e lecitina como emulsificante, mas a manteiga de cacau deve estar presente”, aponta ela.

Assim como o consumidor deve evitar produtos que tenham termos como cobertura sabor chocolate ou produto à base de chocolate e também gordura vegetal entre os principais ingredientes, segundo Natália.

“Esses indicam que o chocolate foi substituído por uma versão alternativa com outros compostos. Os ingredientes esperados no chocolate são massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar. Quanto menos ingredientes, melhor. Isso indica um chocolate mais puro e com maior teor de cacau”, enfatiza.

Como identificar o ovo de "chocolate fake"?

Anda de acordo com a nutricionista, o "chocolate fake”, mais conhecido como cobertura fracionada, é feito, principalmente, de açúcar, gordura vegetal hidrogenada ou fracionada - como gordura de palma -, cacau em pó, em pequena quantidade, e aromatizantes e emulsificantes.

“Sendo assim, ele imita o sabor e a textura do chocolate, mas não leva manteiga de cacau, o que o descaracteriza como chocolate”, explica.

O chocolate verdadeiro sempre terá como base massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar
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O chocolate verdadeiro sempre terá como base massa de cacau, manteiga de cacau e açúcar


Natália ressalta também que, do ponto de vista nutricional, o "chocolate fake", ou cobertura fracionada/hidrogenada, tem menor valor nutricional, porque contém mais gordura de baixa qualidade, como as hidrogenadas, que são associadas a inflamação e risco cardiovascular.

Contém também menos antioxidantes, presentes naturalmente no cacau verdadeiro, além de mais açúcar e aditivos artificiais. Ou seja, a substituição compromete tanto a qualidade sensorial - sabor e textura -, quanto a qualidade nutricional do alimento.

“Optar por um bom chocolate vai além do prazer, é também um ato de cuidado com o seu corpo e com a sua experiência alimentar. Um chocolate de qualidade contém massa de cacau e manteiga de cacau de verdade, ingredientes que têm flavonoides e teobromina. Eles protegem o coração, o cérebro e combatem inflamações, possui menos açúcar e gorduras ruins e oferece uma experiência sensorial mais rica e satisfatória”, conclui.

Cabe ao consumidor a escolha final

Entre os ovos de Páscoa de chocolate, mais caros por conta dos preços elevados do cacau, e os fakes, com ingredientes que acabam barateando a fórmula, cabe ao consumidor a escolha final. O importante é que ele esteja bem informado e não seja enganado na hora da compra.

Outra orientação que pode evitar gastos desnecessários, de acordo com o Procon, é pesquisar preços praticados em diferentes estabelecimentos, porque as variações são grandes.


Na cidade de São Paulo, por exemplo, uma coleta de preços realizada no fim de março pelos fiscais do Procon, em dez supermercados divididos entre as Zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Central, mostrou uma diferença de preço de quase 60% entre ovos de Páscoa de uma mesma marca e peso.

Em João Pessoa, a diferença de preço levantada pelo Procon entre uma mesma marca, com peso idêntico, em diferentes estabelecimentos comerciais foi de 70%.

E pesquisa semelhante, realizada pelo Procon do Espírito Santo, em Vitória, mostrou uma diferença ainda maior, de quase 156%.

São levantamentos e  ações do Procon que mostram a vantagem de se pesquisar preços antes de comprar o ovo de Páscoa da família, principalmente para quem não abre mão do chocolate, mas busca economia .


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