O Brasil possui 1.240 cursos de direito aprovados pelo Ministério da Educação e em pleno funcionamento – número maior que a soma de todas as faculdades de direito do resto do mundo. Somente em 2015, por exemplo, 105.317 pessoas formaram-se em direito nos cursos presenciais brasileiros.
Em conjunto com a expansão do curso de direito , o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil já noticiou que o país conta com mais de um milhão de advogados. Este número só não é maior por conta da alta reprovação verificada entre os bacharéis que prestam o exame da Ordem dos Advogados do Brasil, unificado desde agosto de 2010.
Diante do cenário de aumento exponencial de advogados no mercado de trabalho, muitos bacharéis recém inscritos na OAB, além de se dedicarem a concursos públicos, iniciam suas atividades forenses de forma autônoma. Ocorre, entretanto, que a maioria dos novos profissionais ainda não possui grandes diferenciais no seu portfólio profissional, o que dificulta substancialmente a prospecção de novos clientes e oportunidades.
Em termos mais práticos, um advogado inicia sua atividade sem saber definir seu campo de atuação no mercado, lidar com clientes ou até mesmo estimar honorários. Também são poucos os que se aproximam de áreas novas e mais específicas do direito, como a relação entre direito e tecnologia .
Em reação à esta necessidade de se especializar, o ensino jurídico vem se modificando. Com o apoio de tecnologias disruptivas, instituições de ensino e empresas de educação trabalham para tentar contribuir cada vez mais com a diferenciação do jovem jurista no mercado de trabalho.
As novas oportunidades do mercado educacional, entretanto, exigem cuidados constantes com a qualidade do que é produzido e oferecido aos alunos. Com a popularização dos meios de produção de conteúdo para a internet, muitos cursos se aproveitam da capacidade de alcance do marketing digital para capitalizar e vender cursos de baixa qualidade e pouca profundidade teórica.
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Ao invés de ajudar, o ingresso despreocupado destes cursos na educação jurídica pode gerar um efeito nefasto para os jovens bacharéis. Ao invés de se especializarem, os cursos superficiais só irão contribuir para a manutenção de práticas ruins na advocacia.
Aparentemente, ao mesmo tempo que o mercado jurídico atual exige especialização do recém-formado, a presença de opções de ensino inovadoras faz com que o estudante tenha que realizar um certo escrutínio detalhado na hora de escolher seu curso de aperfeiçoamento. A formação dos docentes e a seriedade do conteúdo programático são fatores que ajudam o aluno escolher corretamente aonde investir.
Este foi o tema da minha entrevista para a Televisão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que foi ao ar no dia 19 de outubro de 2018. Durante a entrevista na TV ALESP, falamos das novidades que a tecnologia trouxe para o curso de direito , bem como do entendimento da modalidade de ensino à distância como forma de democratização do estudo do direito.
Veja a gravação completa da entrevista logo abaixo: