Olá, gravateiros e gravateiras! É com enorme alegria que estou estreando aqui, no portal iG, a nossa coluna “A Economia Sem Gravata”, que faz parte de um projeto iniciado em junho deste ano, no YouTube. O objetivo é falar sobre economia, empreendedorismo, negócios e educação financeira de forma bem simples e informal – literalmente sem gravata. Críticas, elogios e sugestões de temas são extremamente bem-vindos. Vamos começar falando de desemprego!
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O tema escolhido para a estreia é tão grave quanto importante. O IBGE divulgou nesta quinta-feira (16/8) dados preocupantes sobre o mercado de trabalho. Há quase 13 milhões de desocupados (equivalem a 12,4% da população economicamente ativa) e outros 4,8 milhões de brasileiros que procuraram, procuraram, procuraram muito uma vaga e, cansados, acabaram desistindo. É o chamado desalento. Sem falar em outros milhões que estão subocupados, fazendo bicos. O desemprego
é um drama social para milhões de famílias que dependem exclusivamente da renda do trabalho para pagar suas contas. Os indicadores são ainda piores entre os negros, as mulheres e os nordestinos.
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Você viu?
Do total de 91,2 milhões de heróis que ainda conseguem alguma ocupação, um quarto (25%) trabalha por conta própria. No Nordeste, são 29%. Uau! O brasileiro é um empreendedor nato, certo? Pode até ser que exista uma semente empreendedora adormecida, mas lamento informar que esse "empreendedorismo de ocasião" ocorre sem educação financeira, sem apoio do governo e num ambiente político e econômico desfavorável no País. A tendência óbvia será a de um alto índice de mortalidade dessas pequenas empresas criadas em meio ao desespero de quem precisa sair urgentemente das estatísticas de desemprego.
E as soluções práticas?
O melhor remédio para reduzir o desemprego é o crescimento econômico. Não há atalhos. O Brasil precisa arrumar suas contas públicas, criando as condições para reduzir ainda mais os juros na ponta. Com a dobradinha consumo e investimentos privados, o mercado de trabalho voltará a se recuperar.
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Gravateiros e gravateiras, não se iludam nesta eleição com promessas milagrosas de geração de emprego. O próximo presidente da República não terá dinheiro nem para estimular obras públicas, o que seria um ótimo gasto. O único caminho é criar as condições para que o setor privado volte a investir, incluindo os estrangeiros. O desemprego só vai diminuir se não cairmos em armadilhas populistas.