É de se notar a constante mudança nos cenários financeiros cotidianos. Historicamente, a mente das pessoas é composta pela afirmação: “Compre imóveis ”.
Desde sempre, comprar imóveis é sinônimo de riqueza e de estabilidade financeira através da locação. De fato, um objeto de rentabilidade extremamente interessante. Mesmo que a liquidez não seja imediata, muitas e muitas pessoas se dedicaram à compra deste ativo para viver através da renda proporcionada pelas locações.
Sim, deu certo, por muito anos. Porém, os anos mudam...assim como o mercado financeiro, os hábitos de consumo, renda e investimento também mudam.
Você provavelmente já ouviu o investidor moderno ir na linha oposta ao conselho das gerações anteriores: “não compre imóveis !” . Pois bem, vamos analisar essa linha de raciocínio:
Antigamente, os imóveis possuíam metragem maiores e eram adquiridos em outros patamares de renda, financiamento e conceito de moradia. O proprietário pedia um valor de aluguel de forma que o condomínio fique por conta do locatário. Neste cenário, o mercado de capitais e investimentos não era tão amplo e as pessoas ganhavam dinheiro de forma similar com a compra e venda de veículos. Haviam boas margens para negociação no caso do pagamento à vista, por exemplo.
Atualmente, o conceito de moradia, crédito e investimentos são totalmente diferenciados.
As pessoas não querem mais imóveis de 100 ou 200m². A criatividade dos engenheiros e arquitetos trouxe um novo conceito e, como em todas as circunstâncias, o ser humano se adapta e cria um novo padrão de vida.
Não é necessário procurar muito para encontrar imóveis mais antigos, de ampla metragem, porém locados apenas pelo valor do condomínio. Devido ao novo conceito, o proprietário não consegue mais vender o imóvel e a saída é locar pelo condomínio para não acabar com prejuízo.
Em contrapartida, hoje o mercado de capitais oferece investimentos que, o valor de um imóvel aplicado, pode gerar uma renda mensal e, com esta renda mensal, pagar um aluguel. A grande vantagem é que você pode possuir um valor aplicado semelhante ao valor do imóvel e ainda assim ter liquidez imediata sobre o seu dinheiro.
De quebra, se amanhã você decidir ir morar em outro estado ou outro bairro, ou até mesmo fora do país, basta entregar a chave ao proprietário e encerrar o aluguel.
Mas tudo isso que você leu acima envolve uma palavra-chave: planejamento. Afinal, sem ele, não há como elaborar um projeto para a aquisição de um bem, seja ele imóvel ou carro, por exemplo. Além do mais, cumpre reconhecer que a maioria das pessoas precisa pagar aluguel além de poupar o valor para investir.
No entanto, ao menos, sempre cabe a reflexão e olhar para aquela parcela que, apesar de corresponder ao valor mensal de um aluguel, poderia servir para adquirir um imóvel na planta.
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