Um problema que abrange a maioria dos brasileiros na hora de avaliar seu orçamento são as dívidas com cartão de crédito e empréstimo bancário. Este número não pára de crescer. O país fechou o ano de 2018 com 62,6 milhões de pessoas com o CPF negativado, número equivalente a 41% da população brasileira, segundo dados divulgados pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). E nesta época de feriado prolongado, festa e pura diversão, a quarta-feira (e os demais dias) serão, efetivamente, de "cinzas".  Só que bancárias. 

Mas ainda dá tempo de evitar uma ressaca financeira pós festas maior do que a de bebidas. Comecemos com uma visão de que o Brasil é um país carente de educação financeira o que leva o consumidor a errar o alvo na hora de consumir. 

A situação não se inicia no momento em que as pessoas contratam um empréstimo ou utilizam o cartão de crédito na falta de dinheiro no bolso. Este cenário é apenas uma consequência do que aconteceu alguns dias, meses ou anos atrás. Vamos ver? 

Primeiramente, como você administra o seu dinheiro? Existe algum tipo de controle?  Você se empolga nas compras? Sabe, afinal, o que é um orçamento ?

Em caso negativo, é neste ponto que o problema do endividamento tem início. Isso porque, sem planejamento financeiro fica impossível saber para o onde o dinheiro está indo, tampouco se a sua renda sustenta o seu padrão de vida ou não. Fica praticamente impossível conhecer sua identidade financeira sem o mínimo de controle. 

Em um outro cenário, digamos que você possui um controle financeiro, ainda que precário. Ótimo, então vamos tentar analisar isso. 

Assim, a primeira pergunta é: o que você faz com o dinheiro que sobra, após você pagar suas contas básicas (água, luz, telefone, entre outras)? O seu consumo de combustível é analisado através da média mensal e quanto você possivelmente gastaria no mês? Suas compras de supermercado são embasadas ao que você realmente consome no mês inteiro, ou você comete alguns supérfluos? 

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Reprodução/ITV
O cartão não é uma extensão da renda, o cartão é uma ilusão. Você acredita ter o dinheiro que na verdade não é seu.

E qual o seu comportamento diante de uma oferta tida como tentadora? Você realmente precisa comprar um eletrônico ou eletrodoméstico agora, ou está sendo regido pelo ímpeto de consumir? Veja bem, até hoje você não tinha tal produto. Analise a possibilidade de juntar o valor da parcela mensalmente para depois comprar o produto à vista e com desconto. Certamente que, em casos emergenciais, você fica sem saída. Mas, avalie.

O que corrompe o orçamento é o desejo de consumo. O consumo representa prazer, mesmo que por algumas horas ou dias. 

O salário acabou. E agora?

 Muitos brasileiros já se viram no quadro a seguir. E quando o dinheiro acaba antes de virar o mês? O que fazer? Para uma grande maioria das pessoas, a saída é o uso do cartão de crédito, afinal ele é compreendido como uma extensão da sua renda, não? Não! Errado! 

O cartão não é uma extensão da renda, o cartão é uma ilusão. Você acredita ter o dinheiro que na verdade não é seu. Além de não ser seu, será cobrado na fatura do próximo mês com um acréscimo. Diga-se de passagem, acréscimo punitivo pela falta de controle financeiro. 

E assim, como uma verdadeira bola de neve, além de faltar dinheiro para completar o mês que vem, teremos uma fatura de cartão de crédito para pagar. 

Risco similar, por conta das altíssimas tarifas e taxas de juros praticadas, o empréstimo bancário ou via financeiras também deve ser evitado. 

Bem, qual a saída então? A saída começa no alto do texto: leve o planejamento financeiro a sério. Evite gastos com supérfluos, avalie se aquele eletrodoméstico dos sonhos pode ser adquirido em melhores condições – parcelado ou à vista. 

Já está endividado? Nunca é tarde para administrar a dívida. Tenha disposição para, inicialmente, cortar gastos, não gerar novos compromissos e, principalmente, de estabelecer diálogo com seus credores de modo que sua dívida possa ser paga de forma parcelada – se for o caso – e, sobretudo, responsável.

 Ah, e não menos importante: dome o seu desejo de consumo. E puxe o freio neste Carnaval.

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