As redes sociais são ferramentas cada vez mais importantes no dia a dia das pessoas. Não é à toa que cada vez mais empresas e profissionais de Recursos Humanos estão vendo no perfil das pessoas uma oportunidade de avaliar, conhecer e recrutar candidatos de acordo com seus princípios e valores compartilhados nessas plataformas.
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Algumas postagens nas redes sociais podem parecer simples e inofensivas e muita gente chega a minimizar o impacto que elas podem ter numa eventual contratação por acreditarem que estão protegidas com perfis fechados ou poucas publicações. Mas o posicionamento sobre determinados assuntos, a frequência de uso, a linguagem escolhida e até as preferências manifestadas através de curtidas e comentários interferem cada vez mais na contratação de novos profissionais. Por isso mesmo, estar atento ao comportamento na internet é uma das coisas mais importantes para alcançar sucesso profissional.
Ciente disso, a equipe do Brasil Econômico conversou com o diretor da HAYS Responde, uma empresa com mais de 50 anos de experiência em seleção e recrutamento de profissionais, Raphael Falcão, para coletar algumas dicas de como os candidatos em potencial podem usar as redes sociais para aumentar suas chances de serem contratados para uma posição profissional ou pelo menos não cometerem erros que possam descartá-los do processo.
"Hoje, as redes possuem um poder muito grande. É importante que os profissionais estejam lá, com seu perfil atualizado. Interagir com elas é essencial", define Falcão.
Tipos de postagem nas redes sociais
O especialista começa dizendo que o ideal é que os candidatos evitem ter posicionamentos extremistas nas redes sociais. Além de pouco contribuir para a discussão dos problemas, podem existir posições contra determinado ato ou atitude, mas se colocar a favor ou contra determinada instituição não é o melhor caminho. O ideal, em todas as situações, é estar aberto ao diálogo e a posições contrárias a sua.
"Geralmente as pessoas nos pressionam para termos opiniões sobre um tema. E devemos nos posicionar sim, mas de uma forma mais branda, diferente de de uma mesa de bar", reforça Falcão. De modo geral, as redes sociais estão cheias de polêmicas e pessoas incapazes de conversar com quem pensa diferente e nenhuma empresa quer contratar um profissional que possa trazer para o ambiente de trabalho o contexto tóxico de algumas redes sociais.
Participação em grupos e fóruns de discussões nas redes sociais
Mas se o posicionamento extremista em redes sociais sobre temas ou instituições pode atrapalhar os candidatos, existe um tipo de discussão que pode até contribuir para o sucesso profissional. O diretor da HAYS revela que participar de grupos ou fóruns de discussões sobre o mercado de trabalho e sua respectiva área de atuação em redes sociais como o próprio Linkedin pode contar pontos a favor dos candidatos.
Segundo Falcão, essa atuação em fóruns especializados pode gerar um networking interessante e pode ajudar os interessados em se credenciarem para oportunidades no mercado de trabalho. "Nós recrutadores consideramos interessante quando o profisisonal seugere alguma coisa dentro desse grupo, isso é extremamente positivo à imagem", aponta Raphael. Além disso, acrescentar pontos de vista e indicar soluções demonstra criatividade e proatividade, características buscadas pela maioria das empresas.
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Redes sociais no currículo
Raphael Falcão também revela que uma dúvida bastante comum entre os candidatos é sobre colocar ou não o link para suas próprias redes sociais no currículo. Quanto a isso, o diretor afirma que por mais que o candidato tenha contas em várias plataformas, profissionalmente, o ideal é manter o foco no link do Linkedin, que é uma rede profissional, voltada 100% para isso.
Falcão, porém, alerta que em casos específico, como cargos que envolvem Comunicação, por exemplo, a possibilidade de incluir links alternativos para o portifólio ou outros trabalhos já realizados existe já que isso serve para mostrar experiências profissionais anteriores do candidato.
Privacidade das informações nas redes sociais
Por falar nisso, em geral, nas redes sociais, menos pode ser mais. Se você tem contas em várias redes, mas em alguma delas já não entra faz tempo, pense em excluir essas contas. Afinal, existem mecanismos de busca bastante especializados que podem descobrir até mesmo coisas que você já tinha esquecido que fez, falou ou publicou na internet.
Além disso, não custa dar uma busca no seu nome nos principais buscadores e ver o que você encontra. Verifique os links das primeiras duas ou três páginas desses mecanismos de busca e veja se não encontra nada que "queime o seu filme" desde fotos até publicações mesmo.
Fora isso, é bom restringir conteúdos em redes sociais que podem te rotular de alguma forma negativa. Você nunca sabe exatamente quem está buscando o seu perfil e a primeira impressão ainda é muito importante em processos seletivos. Ela tem o poder de influenciar todas as outras e hoje em dia é muito difícil um candidato ter participado de alguma seleção sem ter sido "checado" antes. Faça com que a apresentação pessoal que você tanto planeja seja essa primeira impressão e não uma foto antiga num momento particular.
Conexões fora das redes sociais
Por último, mas não menos importante, por mais que a "vida virtual" influencie cada vez mais no desempenho profissional, estar presente em discussões e debates presenciais, além de promover encontros pessoais com outros profissionais do mercado é uma tática eficiente para reforçar o desempenho que você demonstra nas redes sociais e mostrar interesse em temas em comum com as eventuais vagas que o candidato vai buscar.
Faça o networking presencialmente e deixe suas redes sociais já preparadas para quando as pessoas te procurem nela. De modo geral, o ambiente virtual deve estar conectado com o discurso e com a prática que você tem no dia a dia, já que as redes sociais serão seu cartão de visita (ou de confirmação) para a maioria das pessoas.
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Em resumo, a dinâmica do mercado de trabalho mudou, inclusive nas profissões mais tradicionais, como as indústrias. "Estar presente em perfis virtuais não é mais um ponto importante só para o Gerente de Marketing, mas também para o Gerente Industrial", exemplifica. "Se ambos se posicionarem de determinada forma, eles podem ser prejudicados, ou ajudados, por suas redes sociais ", completa Falcão.