PIB do Brasil cresce 0,1% no 3º trimestre de 2025, diz IBGE
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PIB do Brasil cresce 0,1% no 3º trimestre de 2025, diz IBGE

A economia brasileira registrou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho indica um cenário de estabilidade, com resultados positivos principalmente na agropecuária e na indústria, enquanto o setor de serviços manteve ritmo praticamente inalterado.

No período, o Produto Interno Bruto (PIB) totalizou R$ 3,235 trilhões, dos quais R$ 2,786 trilhões referem-se ao valor adicionado a preços básicos e R$ 449,3 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. A taxa de investimento ficou em 17,3% do PIB, levemente abaixo do registrado no mesmo trimestre de 2024 (17,4%), e a taxa de poupança permaneceu em 14,5%, repetindo o patamar observado no ano passado.

Agrepecuária
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Agrepecuária


Agro e indústria impulsionam crescimento trimestral

Pela ótica da produção, a agropecuária avançou 0,4% no trimestre e a indústria teve alta de 0,8%. Já os serviços, responsáveis pela maior parcela do PIB, variaram apenas 0,1%, comportamento considerado estável.

Dentro do setor industrial, o melhor desempenho veio das indústrias extrativas, com crescimento de 1,7%, impulsionadas pelo aumento da produção de petróleo e gás. A construção também mostrou força, ao subir 1,3%, seguida pelas indústrias de transformação, que avançaram 0,3%. Em sentido oposto, o segmento de eletricidade, gás, água e gestão de resíduos recuou 1,0%, afetado, segundo o IBGE, pelos impactos das bandeiras tarifárias vermelhas vigentes ao longo do trimestre.

No setor de serviços, houve crescimento em transporte, armazenagem e correio (2,7%), informação e comunicação (1,5%), atividades imobiliárias (0,8%) e comércio (0,4%). Também tiveram resultado positivo a administração pública e os serviços de saúde e educação (0,4%), além de outras atividades de serviços (0,2%). Em contrapartida, as atividades financeiras e de seguros apresentaram queda de 1,0%.

Família no supermercado
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Família no supermercado


Consumo das famílias e investimentos avançam

A análise pela ótica da demanda mostra que o consumo das famílias subiu 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mantendo a sequência de resultados positivos. O consumo do governo cresceu 1,3%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo, indicador dos investimentos na economia, avançou 0,9%.

No setor externo, tanto as exportações quanto as importações registraram crescimento. As vendas externas de bens e serviços aumentaram 3,3%, enquanto as compras internacionais tiveram alta mais moderada, de 0,3%.

Plantação de trigo
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Plantação de trigo


Crescimento de 1,8% na comparação anual

Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o PIB brasileiro avançou 1,8%. O valor adicionado a preços básicos cresceu 1,9%, e os impostos líquidos, 1,4%.

A agropecuária liderou o desempenho anual, com expressiva alta de 10,1%. O resultado foi impulsionado pela expansão da produção de grãos e outras culturas relevantes, como milho (23,5%), laranja (13,5%), algodão (10,6%) e trigo (4,5%), conforme aponta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). A única exceção foi a cana-de-açúcar, que recuou 1,0% no período.

A indústria cresceu 1,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O destaque ficou com as indústrias extrativas, que registraram aumento de 11,9% no volume do valor adicionado, refletindo maior produção de petróleo e gás. A construção avançou 2,0%, apoiada na expansão do emprego e da massa salarial real.

Plataforma de petróleo
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Plataforma de petróleo


Já as indústrias de transformação tiveram queda de 0,6%, afetadas pela retração em segmentos como fabricação de derivados de petróleo, produtos metálicos, bebidas e itens de madeira. O setor de eletricidade, gás, água e resíduos novamente apresentou resultado negativo, com recuo de 1,0%.

Nos serviços, o crescimento na comparação anual foi de 1,3%. As maiores altas ocorreram em informação e comunicação (5,3%), transporte, armazenagem e correio (4,2%) e atividades imobiliárias (2,0%). Comércio (0,9%), outras atividades de serviços (1,1%) e serviços financeiros (0,4%) também contribuíram positivamente, assim como a administração pública, saúde e educação (0,3%).

Finança familiar
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Finança familiar


Consumo e investimento mantêm fôlego

O consumo das famílias avançou 0,4% frente ao terceiro trimestre de 2024, marcando a 18ª variação positiva consecutiva, sustentado principalmente pelo aumento da massa salarial real, pelas transferências de renda do governo e pela ampliação do crédito às famílias. O consumo do governo teve crescimento de 1,8%.

Já os investimentos apresentaram desempenho mais robusto: a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 2,3% na comparação anual, impulsionada pelo avanço da construção, pelo aumento da importação de bens de capital e pelo desenvolvimento de software, mesmo com a queda na produção doméstica de máquinas e equipamentos.

No comércio exterior, as exportações de bens e serviços dispararam 7,2%, com destaque para petróleo e gás, veículos automotores, produtos agropecuários e celulose. As importações cresceram 2,2%, especialmente nas áreas de produtos químicos, minerais não metálicos, equipamentos de transporte e máquinas.

Navio cargueiro
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Navio cargueiro


PIB acumula alta de 2,7% em quatro trimestres

Considerando o acumulado dos quatro trimestres encerrados em setembro de 2025, o PIB brasileiro avançou 2,7% em relação ao mesmo período anterior. O resultado reflete crescimento de 9,6% da agropecuária, 1,8% da indústria e 2,2% dos serviços.

Na indústria, houve alta nas indústrias extrativas (4,5%), na construção (2,5%) e nas indústrias de transformação (1,6%), enquanto o segmento de eletricidade e gás recuou 2,2%. Entre os serviços, os maiores avanços vieram de informação e comunicação (6,2%), serviços financeiros (2,7%) e transporte e armazenagem (2,7%).

Pela ótica da demanda, cresceram o consumo das famílias (2,1%), o consumo do governo (1,2%) e os investimentos (6,0%). As exportações subiram 2,5%, enquanto as importações avançaram 8,6% no período.

Economia acumula expansão de 2,4% no ano

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o PIB apresentou crescimento de 2,4% frente ao mesmo período do ano passado. A agropecuária liderou novamente, com alta de 11,6%. A indústria cresceu 1,7% e os serviços avançaram 1,8%.


As indústrias extrativas (7,4%) e a construção (1,7%) seguem com resultados positivos ao longo do ano, enquanto o setor de eletricidade e gás registra retração de 0,8%. Entre os serviços, informação e comunicação mantém o maior destaque, com crescimento de 6,2%.

Revisão de dados

O IBGE informou ainda que o terceiro trimestre marca a revisão anual das Contas Nacionais Trimestrais, processo que incorpora novos pesos das Contas Nacionais Anuais. Em função da transição do ano-base das estatísticas, de 2010 para 2021, a revisão das séries ocorre de forma mais restrita neste período, com atualizações concentradas nas bases de dados utilizadas para o cálculo.

*Matéria em atualização.

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