
O Nubank informou nesta quinta-feira (03) que pretende solicitar ao Banco Central uma licença bancária a partir de 2026. A decisão ocorre após a publicação de uma nova resolução do BC e do Conselho Monetário Nacional, que redefine como instituições financeiras podem apresentar suas marcas ao público.
A norma, publicada em 28 de novembro, determina que empresas sem autorização bancária deixem de usar expressões incompatíveis com suas atividades financeiras em nomes, marcas, identidade visual, canais de atendimento e endereços eletrônicos.
As instituições afetadas terão 120 dias para enviar um plano de adequação e até um ano para concluir todas as alterações.
Apesar de utilizar o sufixo “bank”, o Nubank opera no país como instituição de pagamento, sociedade de crédito e corretora. Nenhuma dessas categorias permite captar depósitos à vista atividade privativa de instituições de natureza bancária.
O que muda com a licença bancária plena
Segundo a legislação vigente, ao conseguir a licença bancária plena, o Nubank passa a ser reconhecido oficialmente como um banco pelo Banco Central.
Na prática, isso significa que todas as atividades do grupo, pagamentos, crédito e investimentos, ficam reunidas sob uma única autorização, com regras mais claras e duras de fiscalização.
A principal mudança está na forma como o Nubank lida com o dinheiro que os clientes deixam na conta. Com a licença, a captação de depósitos à vista passa a seguir as mesmas regras de segurança exigidas dos demais bancos.
O Nubank também passa a cumprir totalmente o recolhimento compulsório, que é a parte do dinheiro dos clientes que todo banco precisa deixar parada no Banco Central para garantir a estabilidade do sistema financeiro.
Outra diferença é o acesso aos mecanismos de socorro financeiro do Banco Central, usados em momentos de emergência para dar liquidez aos bancos.
Em troca, a instituição fica sujeita a um nível maior de controle, ou seja, decisões como mudanças no estatuto, troca de comando ou novos tipos de operação precisam de aprovação prévia da autoridade monetária.
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O que diz o Nubank
Segundo o próprio Nubank, nada disso muda a vida dos clientes. A marca, o visual e o funcionamento das contas permanecem iguais.
A empresa diz que se trata apenas de um ajuste regulatório para alinhar seu nome e suas operações às regras mais amplas que valem para bancos.
“Nossa identidade e missão de simplificar a vida dos nossos clientes permanecem iguais”, disse Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil. Ela destacou que o grupo contribuiu para a inclusão de 28 milhões de pessoas no sistema financeiro nos últimos 12 anos.