
A Black Friday de 2025 terminou com um volume expressivo de reclamações de consumidores em todo o país. Levantamento aponta 1.873 registros formais de queixas relacionadas a compras realizadas durante o período promocional, com destaque negativo para a Amazon, que lidera o ranking das empresas mais reclamadas.
A varejista concentrou 127 reclamações, o equivalente a 6,78% do total, ficando à frente de outros grandes nomes do comércio eletrônico. Em segundo lugar aparece o Mercado Livre, com 107 queixas (5,71%) . Na sequência está o grupo Magazine Luiza, que reúne também Netshoes, Época Cosméticos, MagaluPay e Hub Fintech, somando 87 registros (4,64%) .

A quarta posição é ocupada pelo conglomerado Via, responsável por marcas tradicionais como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com.br, que acumulou 66 reclamações (3,52%) . Fechando o top 5 aparece a Vivo/Telefônica, com 53 ocorrências (2,83%) .
Principais problemas relatados
As reclamações mostram que os transtornos mais comuns enfrentados pelos consumidores estiveram ligados, principalmente, à logística e ao cumprimento das ofertas divulgadas.
O problema mais frequente foi não entrega ou atraso na entrega de pedidos, responsável por 603 registros, o que representa 32,19% de todas as queixas. Em seguida aparecem os cancelamentos de pedidos após a finalização da compra, com 272 reclamações (14,52%), situação que gerou frustração em quem conseguiu concluir a compra e teve o pedido desfeito posteriormente.
Outro ponto recorrente envolve produtos entregues diferentes do solicitado, com itens faltando ou danificados, que somaram 191 reclamações (10,20%). Logo atrás aparece a chamada “maquiagem de desconto”, quando o abatimento anunciado não corresponde a uma redução real no preço, prática que deu origem a 180 registros (9,61%).
Por fim, casos de oferta não cumprida, venda enganosa ou publicidade enganosa responderam por 136 reclamações, ou 7,26% do total.
Irregularidades em lojas físicas
Além das compras on-line, a fiscalização também alcançou o comércio presencial. Na cidade de São Paulo, equipes do Procon-SP vistoriaram 533 estabelecimentos entre os dias 17 e 28 de novembro. Dessas inspeções, 128 apresentaram irregularidades, o que corresponde a 24% do total fiscalizado.
Os principais problemas encontrados estavam relacionados à precificação, incluindo produtos sem indicação de preço, valores posicionados de forma inadequada para o consumidor, preços exibidos de maneira que exigiam cálculos para identificação do valor final e ausência de precificação ostensiva, prática considerada irregular pela legislação de defesa do consumidor.
Alerta ao consumidor
O alto número de reclamações mostra a importância de o consumidor adotar cuidados extras em períodos de grande volume de vendas, como guardar comprovantes, prints de ofertas, prazos de entrega e confirmações de pedidos.
Em casos de descumprimento de oferta, atraso ou problemas com produtos, é recomendado buscar primeiro os canais oficiais das empresas e, se necessário, registrar reclamação nos órgãos de defesa do consumidor.