O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello

O Governo Federal pretende elevar a participação do crédito imobiliário no PIB, hoje em torno de 10%, para um patamar entre 15% e 20% em dez anos.

A meta foi apresentada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, na quinta-feira (23), em São Paulo.

O objetivo, segundo Mello, é dar um salto no patamar de financiamento habitacional no país e equiparar o mercado brasileiro ao de países da região, como o Chile.

Ele afirmou ainda que a expansão do crédito depende de três movimentos que já estão em curso.

O primeiro é a retomada do Minha Casa, Minha Vida, cuja meta de 2 milhões de unidades até 2026 será alcançada no fim de 2025, com projeção de chegar a 3 milhões em 2026.

O segundo movimento trata do funding.

Mello explicou que a parcela do Fundo Social do pré-sal até então não regulamentada passou a ter uso definido com a promulgação da Lei 15.164/2025, que ampliou o escopo de aplicação desses recursos e autorizou sua destinação a políticas públicas essenciais, com ênfase na habitação de interesse social.

“Isso viabilizou o que chamamos de Faixa 4, ou Minha Casa, Minha Vida classe média, ampliando o alcance do programa e reduzindo a pressão sobre o SFH”, afirmou.

O terceiro ponto apontado pelo secretário é a mudança no financiamento via poupança.

Segundo ele, a reformulação atinge diretamente o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), alterando o modelo que direciona 65% dos depósitos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para o crédito habitacional.

Este sistema passará, em transição de dez anos, a um mecanismo de equalização que usará 100% do estoque da poupança para baratear operações originadas no mercado de capitais.

Para o governo, o ambiente macroeconômico é o alicerce fundamental sobre o qual todo o projeto de expansão do crédito imobiliário deve se apoiar.


A condução econômica atual, disse o secretário, se assemelha a uma "chave de fenda" , que busca "apertar os parafusos" por meio de ajustes precisos, como os novos marcos regulatórios de garantias e de seguros e a retomada da base fiscal pela taxação daqueles que pouco contribuem.

No entanto, Mello reconheceu que o custo do crédito permanece elevado.

"A taxa real no Brasil hoje está em 9% ou 10%, dependendo da métrica", explicou.

Segundo ele, a Fazenda está fazendo o seu papel que é o de "facilitar a vida da política monetária" , com recuperação gradual das contas públicas para ancorar expectativas e permitir queda de juros sem prejuízo ao nível de atividade.

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