A Embraer é responsável pelo desenvolvimento, fabricação e comercialização de aeronaves nos setores comercial, executivo, agrícola e de defesa
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A Embraer é responsável pelo desenvolvimento, fabricação e comercialização de aeronaves nos setores comercial, executivo, agrícola e de defesa

Embraer  divulgou nesta terça-feira (05) os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 . Na coletiva para a imprensa e investidores, da qual o Portal iG participou , a empresa informou contabilizar prejuízo de R$ 53,4 milhões .

Ao final do dia, a companhia enviou uma correção, com alteração neste montante.

Segundo a assessoria de imprensa, a Embraer realizou ''ajustes'' na finalização das contas. Por isso, esta reportagem foi corrigida.

''Os ajustes referem-se à correção do valor reportado na linha Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos, o que impactou, consequentemente, o valor reportado na linha Lucro (prejuízo) Líquido Ajustado, que passou de R$ (53,4) milhões para R$ 675,0 milhões''.

De acordo com a assessoria de imprensa da multinacional, o valor de R$ 675,0 milhões representa saldo positivo, após a correção, e não negativo, como repassado inicialmente.

Entrega de aviões 

Apesar disso, a companhia manteve as expectativas de produção, com a previsão de entregar até 240 aviões  neste ano.

A companhia destacou que o desempenho não foi significativamente impactado pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos .

O resultado financeiro representa um crescimento de 30,9% em comparação com o mesmo período do ano passado.

EBIT  (lucros antes de juros e impostos, na sigla em inglês) ajustado no período foi de  R$ 1,1 bilhão, com margem de 10,6%, superior aos 9,2% registrados no mesmo período do ano anterior.

As informações foram divulgadas em uma apresentação para investidores e para a imprensa internacional na manhã desta terça-feira (05), da qual o  Portal iG  participou.

Aeronaves entregues

Ao todo, a Embraer entregou  61 aeronaves  no 2º trimestre, correspondente a um aumento de 30% em relação ao ano anterior, quando foram entregues 47 unidades.

Do total, foram 19 jatos comerciais (10 E2s e nove E1s), 38 jatos executivos (21 leves e 17 médios) e quatro aeronaves para o segmento de Defesa.

O fluxo de caixa livre ajustado, desconsiderando a  Eve  (subsidiária que desenvolve mobilidade aérea urbana), ficou negativo em R$ 1 bilhão, reflexo da preparação para um volume maior de entregas de aeronaves previsto para os próximos trimestres.

A carteira de pedidos firmes (indica a demanda e mostra o volume de negócios garantidos) também atingiu um novo recorde, totalizando US$ 29,7 bilhões (R$ 164,2 bi).

Estimativas para 2025

Empresa de aviação manteve suas expectativas para 2025, apesar do aumento de tarifas
Reprodução/Embraer
Empresa de aviação manteve suas expectativas para 2025, apesar do aumento de tarifas


Apesar das incertezas no cenário global, principalmente com a taxação de 50% dos EUA para produtos brasileiros, a Embraer reiterou suas projeções para 2025. A expectativa é entregar entre 77 e 85 aeronaves na Aviação Comercial e entre 145 e 155 na Aviação Executiva até o final do ano.

A receita total anual deve ficar entre US$ 7 bilhões (R$ 38,7 bi) e US$ 7,5 bilhões (R$ 41,4 bi), com margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3%. O fluxo de caixa livre ajustado projetado é de pelo menos US$ 200 milhões para o ano.

Tarifas americanas

A Embraer afirmou que a conversa sobre a imposições das novas tarifas de 50%, impostas por Trump sobre produtos brasileiros, acontece de forma direta com o governo americano e por intermédio do governo federal brasileiro, que buscam uma saída para a volta da alíquota zero na aviação.

"Acreditamos que chegaremos a uma solução sobre as taxas, porque temos uma tese econômica bem robusta sobre a geração de emprego e renda para o país. O objetivo é voltar à tarifa zero sobre nossos produtos" , afirmou Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer.


Sobre uma escalada nas tensões políticas entre os dois países a partir da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) , a Embraer afirmou que, desde o começo, busca levantar dados sobre a importância da empresa para os EUA e o risco que o país corre ao manter não retirar a empresa do grupo que será taxado com 50%.

"Na parte política não temos como comentar, focamos apenas no campo econômico" , diz o CEO da empresa.

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