Geraldo Alckmin em café da manhã com Ana Maria Braga, no Mais Você
Reprodução/TV Globo
Geraldo Alckmin em café da manhã com Ana Maria Braga, no Mais Você

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta quinta-feira (31) que as tarifas impostas aos produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos  são um "perde-perde" para ambas as nações, ou seja, afetam as duas negativamente. A declaração foi dada em entrevista ao programa Mais Você, da rede Globo.

"É um perde-perde. Nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento, e encarece os produtos americanos", afirmou, após chamar o Brasil de "injustiçado" pelo tarifaço.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto que oficializou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A lista de exceções é longa, com 694 produtos. No entanto, o café, a carne bovina e as frutas não escaparam, o que gerou apreensão entre os produtores brasileiros.

"Na década de 80, 24% do que nós importávamos era para os Estados Unidos. Hoje é 12%, é metade. Diversificar mercados é importante, mas nós queremos aumentar o comércio com os Estados Unidos. Eu falei para o Howard Lutnick: vamos sair do perde-perde e ir para o ganha-ganha", disse.

De acordo com o vice-presidente, cerca de 35,9% das exportações brasileiras serão afetadas pela tarifa de 50%, anunciada pelo presidente Donald Trump. Segundo Alckmin, agora, o governo vai "se debruçar" sobre essa parcela para diminuir as alíquotas o mais rápido possível.

Alckmin afirmou, várias vezes ao longo da conversa, que governo está aberto ao diálogo e busca negociar com os Estados Unidos.

"O presidente Lula está aberto ao diálogo. Se depender ele, o diálogo é ontem. Nós não criamos o problema, mas estamos trabalhando para resolver", continuou.

Medo de demissões em massa

Quando questionado se o governo já se articula para auxiliar a manutenção do emprego nos setores atingidos pelo tarifaço, Alckmin disse que está sendo preparado um plano de três etapas.

"Ele foca no emprego, em preservar o emprego e a produção. Ninguém vai ficar desamparado. Primeiro, aqueles 35,9% que foram efetivamente atingidos pela tarifa, nós vamos lutar para diminuir. Não damos isso como um assunto encerrado. A negociação não encerrou ontem", disse.

"Segundo, procurar alternativas de mercado, então, você tem outros locais para colocar. E terceiro, apoiar setores", continuou o ministro, que listou os mais atingidos.


"O pescado é bastante atingido, o mel, frutas, carne bovina e, especialmente, indústria. Essa é mais difícil de você colocar, porque é muito focada naquele mercado, não é fácil você rapidamente modificar", disse.

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