Ministra Gleisi Hoffmann, da Secretária de Relações Institucionais
Reprodução/ Agência Brasil
Ministra Gleisi Hoffmann, da Secretária de Relações Institucionais




A decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros para 15%  ao ano, anunciada na noite de quarta-feira (18), provocou reações no governo.

Uma das vozes mais críticas foi a da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, que classificou a medida como “incompreensível”.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter) nesta quinta-feira (19), a ministra contestou o aumento de 0,25 ponto percentual da Selic, que passou de 14,75% para 15%, e destacou os fatores que, na visão dela, não justificariam a decisão:

“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros.”

Esta foi a sétima alta consecutiva  da Selic, que chegou ao maior nível desde julho de 2006. Em nota oficial, o Banco Central indicou que esta pode ser a última elevação por ora, sinalizando o possível fim do atual ciclo.

Hoffmann reforçou a expectativa de que esse aumento represente um ponto final no que chamou de  “juros estratosféricos” .

“O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos” , declarou.


No mês anterior, Gleisi já havia criticado a condução da política monetária, ao afirmar que o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, vinha lidando com as consequências da gestão anterior, de  Roberto Campos Neto.

Para o Banco Central, a elevação dos juros reflete uma economia que, embora esteja desacelerando, ainda se mantém aquecida — impulsionada, em parte, pelo aumento dos gastos públicos. O cenário internacional também pesa: a guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o conflito no Oriente Médio têm pressionado os preços do petróleo, o que pode impactar a inflação no Brasil.

Com a nova decisão do Comitê de Política Monetária do BC, o Brasil fica entre os países com os juros mais altos do mundo, no ranking global de juros reais. O patamar elevado da Selic gera preocupações no governo, que teme impactos negativos sobre o consumo, os investimentos produtivos e a retomada da atividade econômica.

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