(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012
PEDRO LADEIRA
(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), do Banco Central (BC) , encerra nesta quarta-feira sua reunião bimestral para decidir sobre a taxa básica de juros do país, a Selic.

A expectativa dos analistas do mercado financeiro é que o Copom interrompa o ciclo de cortes e mantenha a Selic no atual patamar de 10,5% ao ano. Esta reunião acontece em um contexto político tenso, com críticas públicas do presidente Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O que é a Taxa Selic?

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. É o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a inflação está acima da meta estabelecida pelo governo, o BC aumenta a Selic para conter os preços. Quando a inflação está abaixo da meta, a Selic pode ser reduzida para estimular a economia.

Por que o nome "Selic"?

O nome vem da sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Neste sistema, são negociados títulos públicos federais, o que influencia diretamente os juros de mercado.

Como funciona o Sistema Selic?

Diariamente, bancos e instituições financeiras realizam operações de captação e empréstimo de recursos entre si. Essas transações são garantidas por títulos públicos federais e são liquidadas no sistema Selic, sob gestão do Banco Central.

Como o Banco Central define a taxa Selic?

O BC intervém no mercado de títulos públicos, comprando e vendendo esses papéis, para ajustar os juros de mercado de acordo com suas metas. A taxa Selic é a média dos juros praticados nessas operações diárias.

Quem define o patamar da Selic?

A cada 45 dias, o Copom, composto pelo presidente e diretores do Banco Central, define a meta para a taxa Selic. Essa decisão é baseada na avaliação do cenário econômico e tem como objetivo manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo.

Como os juros influenciam a inflação?

Juros mais altos tornam o crédito mais caro, desestimulando o consumo e, consequentemente, reduzindo a pressão sobre os preços. Juros mais baixos, por outro lado, estimulam o consumo, o que pode aumentar a inflação caso não seja acompanhado por um crescimento adequado da produção.

Outros modelos de controle da inflação

Além do regime de metas para a inflação, adotado pelo Brasil desde 1999, outros países utilizam modelos diferentes, como regimes de câmbio fixo ou semifixo.

Funcionamento do Copom

O Copom se reúne a cada 45 dias para deliberar sobre a taxa Selic. O colegiado é composto pelos diretores do Banco Central e seu presidente, e suas decisões têm impacto direto na economia, afetando desde o custo do crédito até o comportamento dos preços.

O resultado da reunião do Copom será divulgado hoje à tarde e é aguardado com atenção pelo mercado financeiro e por toda a sociedade, dada a sua influência sobre a economia brasileira.

Conheça os membros do Copom 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil é composto por diretores responsáveis por decisões estratégicas que influenciam a economia nacional. Abaixo estão detalhados os atuais membros do Copom e suas respectivas responsabilidades:

1. Roberto Campos Neto - Presidente do Banco Central

  • Mandato: Até dezembro de 2024
  • Formação: Graduado e mestre em economia nos Estados Unidos
  • Carreira: Iniciou no Banco Bozano e atuou por 18 anos no Banco Santander
  • Indicação: Nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018

2. Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária

  • Mandato: Até fevereiro de 2027
  • Formação: Graduado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC-SP
  • Carreira: Presidente do Banco Fator e sócio na Galípolo Consultoria
  • Indicação: Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva

3. Ailton Aquino dos Santos - Diretor de Fiscalização

  • Mandato: Até fevereiro de 2027
  • Formação: Pós-graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia
  • Carreira: Auditor Chefe no Banco Central, com mais de 25 anos de experiência na instituição
  • Indicação: Nomeado pelo presidente Lula em 2023

4. Carolina Barros - Diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta

  • Mandato: Até dezembro de 2024
  • Carreira: Servidora de carreira do Banco Central, com vasta experiência em diferentes áreas da instituição
  • Indicação: Nomeada pelo ex-presidente do BC, Ilán Goldfajn, em 2018

5. Diogo Abry Guillen - Diretor de Política Econômica

  • Mandato: Até dezembro de 2025
  • Formação: Graduado em economia pela PUC-RJ, com doutorado pela Universidade de Princeton
  • Indicação: Nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022

6. Renato Dias de Brito Gomes - Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução

  • Mandato: Até dezembro de 2025
  • Formação: Bacharel, mestre e PhD em economia, com destacada carreira acadêmica
  • Indicação: Nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022

7. Otávio Ribeiro Damaso - Diretor de Regulação

  • Mandato: Até dezembro de 2024
  • Formação: Economista pela UnB, com especialização em Matemática para Economia e Administração
  • Indicação: Nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff

8. Paulo Picchetti - Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos

  • Mandato: Até dezembro de 2027
  • Formação: Mestre e doutor em Economia pela USP e Universidade de Illinois, respectivamente
  • Carreira: Professor na FGV e experiência relevante em índices de preços
  • Indicação: Nomeado pelo presidente Lula em 2024

9. Rodrigo Alves Teixeira - Diretor de Administração

  • Mandato: Até dezembro de 2027
  • Formação: Graduado, mestre e doutor em Economia pela USP
  • Carreira: Servidor de carreira do BC e experiência na administração pública
  • Indicação: Nomeado pelo presidente Lula em 2024

Esses membros compõem o Copom, responsável por definir a taxa Selic e outras políticas monetárias que impactam diretamente a economia brasileira. Suas decisões são fundamentais para o controle da inflação e para o desenvolvimento econômico do país.

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